Nesta sexta-feira, 2, a Fundação Centro de Hemoterapia e Hematologia do Pará (Hemopa) compartilha com doadores, usuários, servidores, instituições parceiras e a comunidade em geral, a comemoração pelos seus 41 anos no Estado do Pará, com a oferta de serviço seguro e de qualidade referenciado nacional e internacionalmente no processamento do sangue e sua distribuição, com uma média de 100 mil bolsas coletadas todos os anos.
As ações estratégicas de captação de doadores vêm transformando o cenário do voluntariado no Estado que, no primeiro semestre deste ano, somente em Belém, registrou o comparecimento 43.777 candidatos à doação de sangue que resultaram em 33.483 coletas. Já em 2018, foram 43.433 voluntários e 33.454 doações de sangue.
Somente em julho deste ano, apesar do período das férias escolares e veraneio, quando boa parte da população desloca-se para outras cidades ou Estados, a Fundação Hemopa efetivou a coleta de 4.560 bolsas de sangue, 195 bolsas a mais do que em julho de 2018. Pode até parecer pouco para alguns. Mas essa diferença na coleta significa mais 800 pacientes atendidos com transfusões.
Leia mais:É a multiplicação da vida, tendo em vista que um bolsa de sangue salva até 4 pacientes adultos. Isso reflete o resultado positivo das ações estratégicas para o incentivo a esse ato de generosidade humana.
Além de doador de sangue há 20 anos, o mecânico industrial Gilson Mesquita de Lima, 44, tem outro importante fator em comum com o Hemopa: ambos fazem aniversário no mesmo dia. “Fiquei surpreso e muito feliz ao comemorar a data do meu aniversário junto com o Hemopa, onde doo sangue sempre que posso”, disse o voluntário.
Doador de sangue há mais de 10 anos, o diretor executivo do Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação – CIIR, José Neto, aproveitou a data para repetir este ato que ele faz regularmente pelo menos quatro vezes ao ano. “Doo sangue a quem precisa e como gestor da área da saúde, por entender a importância da participação de todos neste processo”, comentou.
Referência no atendimento a paciente com patologias do sangue, o Hemocentro realiza o atendimento ativo a aproximadamente 14 mil usuários com doenças hematológicas por meio da equipe multidisciplinar formada por médicos, biomédicos, farmacêuticos bioquímicos, odontólogos, fisioterapeutas, fisiatras, enfermeiras, técnicos de enfermagem, assistentes sociais, psicólogos e pedagogos, o que garante atendimento seguro, de qualidade e humanizado aos usuários.
Entre os pacientes atendidos pelo Hemopa, está o jovem Daniel Kainan da Silva Souza, 19, que faz tratamento para Hemofilia tipo A (tipo de deficiência do fator VIII no sangue), desde 2008. “O tratamento é excelente. São ótimos profissionais de todos os setores. Venho de Parauapebas para Belém, através do Tratamento Fora de Domicílio (TFD), geralmente de três em três meses. Agradeço o atendimento especializado”.
O estudante do curso de Direito faz parte dos 12 mil hemofílicos no Brasil, entre os tipos A e B. O Pará é o nono estado brasileiro com maior número de pacientes com esse distúrbio hemorrágico com mais de 420 hemofílicos, sendo pouco mais de 337 do tipo A e 86 do tipo B.
Mas, além do ciclo do sangue e do atendimento aos pacientes, o Hemopa oferece suporte laboratorial para realização de exames pré-transplantes no Laboratório de Imunogenética, ao Programa de Transplantes do Estado. E mais, o Hemopa possui o único Banco de Sangue de Cordão Umbilical e Placentário (BSCUP) da Região Norte com capacidade para armazenar 3,6 mil amostras no seu bioarquivo, que hoje dispõe de 954 bolsas congeladas, sendo que 802 liberadas para busca por transplantes.
Outro importante serviço é o cadastramento de doadores voluntários de medula óssea, que funciona desde 2002. De lá pra cá, o hemocentro já enviou quase 127. 419 mil cadastros ao Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome), que fica no Instituto Nacional do Câncer (Inca), no Rio de Janeiro, onde a lista é consultada toda vez que um paciente precisa encontrar um doador.
Atualmente, a hemorrede paraense é constituída por 44 unidades composta pelo Hemocentro Coordenador e pelas Estações de Coleta Castanheira e Pátio Belém, ambas em Belém; três Hemocentros Regionais em Castanhal, Santarém e Marabá; e cinco Núcleos de Hemoterapia em Capanema, Altamira, Tucuruí, Abaetetuba e Redenção, além de Agências Transfusionais.
Doações números– De acordo com o Ministério da Saúde, são realizadas cerca de 3,4 milhões de doações de sangue por ano no Brasil, mas apenas 1,6% da população brasileira tem a prática de doar sangue. No Pará, o percentual está acima da média nacional com 2.2% da população doadora. Das coletas efetuadas no Estado, 40% são de mulheres e o restante do sexo masculino. Os jovens (18 /29anos) são responsáveis por 47% das coletas.
O presidente da Fundação Hemopa, Paulo Bezerra, parabeniza e agradece antigos e atuais doadores pelo avanço, modernidade e credibilidade da Instituição. “Agradeço, ainda, cada voluntário da doação de sangue. Na comemoração do aniversário, o maior presente é a nossa Missão de salvar vidas”, destacou o gestor.
Histórico- Na década de 1970, o Governo Federal iniciou a implantação do Programa Nacional do Sangue, incentivando a criação de hemocentros por todo o país. Nessa época, já existiam bancos de sangue oficiais e particulares em alguns hospitais, onde a doação de sangue era renumerada.
Foi nesse cenário que em 2 de agosto de 1978, por meio do Decreto nº 10.741, nasceu a Fundação Centro Regional de Hemoterapia do Pará (Funepa), em imóvel alugado na Avenida Generalíssimo Deodoro, em Belém. A unidade foi instituída com personalidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, com autonomia administrativa e financeira.
Para atrair doadores, já que não havia remuneração, a Funepa investiu em procedimentos modernos de sorologia do sangue e ganhou a confiança dos profissionais da saúde e da sociedade. Com o passar dos anos, houve a institucionalização de uma Política Nacional de Sangue, normatizando as ações, competências e responsabilidades daqueles com atuação na área de hemoterapia. A doação de sangue passou a “voluntária, altruísta e não remunerada direta ou indiretamente”.
A Fundação Hemopa foi o segundo hemocentro estadual inaugurado no Brasil e o primeiro a interiorizar a hemoterapia no país com a inauguração do Hemocentro Regional de Castanhal, nordeste paraense, em 1985.
Foi a partir de 1982, que a instituição ganhou a denominação de Fundação Centro de Hemoterapia e Hematologia do Pará (Hemopa) e mudou-se para Avenida Castelo Branco, esquina da Avenida Magalhães Barata. Em 1994, através da Lei no 5.840 de 23 de março, foi transformada em fundação de direito público, mesmo ano em que ganhou nova sede no bairro de Batista Campos, onde funciona até hoje. Com modernas instalações, o Hemopa conquistou lugar entre os melhores hemocentros do Brasil e do mundo.
Para doar sangue – É preciso ter entre 16 e 69 anos (menores devem estar acompanhados do responsável legal), ter mais de 50 kg, estar bem de saúde e portar documento de identificação oficial, original e com foto.
(Agência Pará)