Em Marabá, a unidade regional da Fundação Centro de Hemoterapia e Hematologia do Pará (Hemopa) mantém estoque razoável de sangue no banco de bolsas. Ainda assim, a unidade segue com o alerta aceso em relação à necessidade de doações. “Nosso estoque está razoável, não está abaixo do que é para termos, mas a todo momento está aumentando a solicitação por bolsas, a todo momento precisamos manter o estoque alimentado”, explica Monica Thompson, coordenadora e assistente social do Hemopa na cidade.
De acordo com ela, o tipo de sangue mais doado é O+, também o mais solicitado pelas casas de saúde. “Os fatores negativos são considerados doadores raros e muitas vezes a gente convoca essas pessoas por e-mail ou telefone solicitando que façam esta doação porque é um tipo mais raro, mas também é mais rara a solicitação pelos hospitais. Como o sangue vence nós montamos essa estratégia de quando há solicitação convocar. Ainda assim, não deixamos de ter um úmero razoável em estoque para casos de emergência e urgência”.
A assistente social explica que as pessoas interessadas em doar precisam observar algumas condições como, por exemplo, estarem bem de saúde, bem alimentadas e ter entre 16 e 69 anos. No caso dos menores de 18 anos, estes precisam estar com autorização de um representante legal ou dos pais. Pessoas com idade entre 60 e 69 anos precisam ter feito ao menos uma doação antes dos 60 anos. Também é importante comparecer com um documento oficial com foto e pesar mais de 50 quilos.
Leia mais:O atendimento acontece entre 7 horas e 12h30 na Rod. Transamazônica, 251, Bairro Amapá. O doador é atendido, passa por uma triagem clínica e apenas posteriormente realiza a coleta de sangue. São coletadas, também, amostras de sangue para serem enviadas para Belém, onde são realizados exames clínicos. “Quando chega o resultado o sangue é liberado para hospitais públicos e privados”, diz Mônica.
Ontem, sexta-feira (12), teve início uma campanha em parceria com a Igreja do Evangelho Quadrangular, programada para seguir até a quarta-feira, dia 14, véspera de feriado. É comum o Hemopa firmar parcerias para conseguir maior adesão de doadores, elas são feitas com empresários, hospitais, instituições públicas e igrejas. Mônica lembra que o cadastro é nacional, ou seja, doador que for de fora da cidade, mas estiver de passagem também pode doar.
SOLIDARIEDADE
O principal impulso que leva os doadores ao centro é o de poder auxiliar na tentativa de salvar vidas. O agricultor Nilson Silva do Amaral, por exemplo, mora a 90 quilômetros de Marabá, na zona rural, mas faz questão de doar sangue ao menos três vezes ao ano. Eu faço há uns oito anos doações de sangue, assim como familiares meus. Fazemos porque gostamos, acreditamos que ajudamos o próximo, estamos salvando vidas. Criamos o hábito”, comentou, citando ainda a esposa, irmãos e primos também como doadores.
Também moradora distante do núcleo urbano de Marabá, Shirley Gonçalves do Amaral não se deixa vencer pela distância e realiza a boa ação. Ela mora na cidade vizinha, Itupiranga, onde não há ponto de coleta. “Após ter doado duas vezes, procurou pela terceira o centro. “Acho que é um bem que a gente faz nesta vida, acho que pode salvar vidas. Acredito que mais gente deveria fazer o mesmo”.
Keila Mendes de Almeida também é frequentadora assídua do Hemopa. “Doo há mais de dois anos, faço duas vezes por ano. Sempre tem gente que precisa e a gente sabe que nem todo mundo pode doar, então por eu poder, por estar bem de saúde, ajudo quem necessita”.
(Luciana Marschall com informações de Josseli Carvalho)