O Governo do Pará vai intensificar a fiscalização ao transporte de carga na PA-150, com foco nas carretas que trafegam com sobrepeso do sudeste do Estado rumo ao porto de Vila do Conde, em Barcarena, onde está o principal porto. A promessa foi feita pelo governador Helder Barbalho no seu discurso em Marabá, ao assinar ordem de serviço para recuperação e reconstrução de mais de 160 km, dos 332 km que compõem a PA-150, até Goianésia. Ele prometeu que o Estado não vai mais tolerar o que chamou de abuso de alguns dos mineradores e que quer um clima de parceria e respeito com o setor.
“Não é correto que empresas que estão enriquecendo, fruto do subsolo, das riquezas do nosso estado e, além do enriquecimento, destruam a nossa malha rodoviária. Que essas empresas sejam chamadas à responsabilidade para nos ajudar a garantir a trafegabilidade das nossas estradas”, disse o governador, lembrando que já está em andamento o processo de instalação de uma balança no posto fiscal da entrada da ponte rodoferroviária, em Marabá e de outra na entrada de Jacundá.
Já está funcionando, desde o mês passado, a primeira balança de pesagem dinâmica por eixos na PA-150, sentido Tailândia-Moju. O sistema móvel de pesagem tem capacidade para funcionar 24 horas por dia, sete dias da semana e é monitorado pelas Secretarias de Estado de Transportes (Setran) e de Estado de Fazenda (Sefa). O sistema efetua a pesagem dinâmica de todos os veículos de carga em velocidade mínima de 6 km/h, com capacidade de pesagem de até 150 veículos por hora.
Leia mais:Essa medida tem como principais objetivos evitar acidentes e reduzir o desgaste no asfalto causado pelo sobrepeso carregado, principalmente por bitrens, que levam minério. “São em média 200 carretas sobrecarregadas que passam por dia nessa rodovia e nós não vamos mais aceitar isso”, afirmou o governador.
Além da pesagem dos veículos de carga, o Governo estuda a possibilidade de abrir concessão privada na administração da PA-150, com a cobrança de pedágio, para que haja garantia de fiscalização e manutenção da rodovia. “Nós estamos ouvindo e dialogando sobre experiências em outros lugares do Brasil para que possamos replicar aquilo que possa estar adequado, principalmente que isso possa representar a capacidade de manutenção da estrada, investimento inclusive de duplicação em alguns trechos, que a capacidade esteja compatível com o perfil da carga”, explicou Helder Barbalho.
Na mesma cerimônia também foi assinada a ordem de serviço para a realização do projeto de pavimentação da estrada do Rio Preto, que é uma estrada vicinal importante na zona rural de Marabá. “Nós estamos sensíveis a reivindicação da população. Nesse momento o Estado está se dispondo a fazer um investimento para contratar o projeto, para estimar o valor, para desenhar o trajeto e buscar quem fará a obra, se será o Município, se será um conjunto de parceria Município, Estado e União”, disse o governador, lembrando que existe um projeto de federalização da estrada tramitando em Brasília.
ASSINATURA
Todas essas colocações aconteceram durante solenidade nesta segunda-feira (21), em Marabá, que marcou a assinatura da Ordem de Serviço para início das obras de reconstrução da Pa-150. Foi no trevo em Morada Nova, onde hoje tem início a mais importante rodovia do Estado.
Helder estava ladeado do vice-governador, Lúcio Vale; secretários de governo, como de Transporte, Pádua Andrade e o regional João Chamon; mais o presidente da Assembleia Legislativa, Daniel Santos e outros deputados, a exemplo de Chamonzinho, vice-líder do governo na Alepa.
Chamonzinho, aliás, destacou a importância do ato, uma vez que a situação da PA-150 é crítica, sobretudo neste trecho até Goianésia, com a ocorrência de acidentes com vítimas fatais nos últimos anos. “Estive conversando com o secretário Pádua e ele me fez um relato assustador de como foram encontradas as rodovias estaduais, em estado precário pelo governo anterior. Mas agora chegou a nossa vez, de vermos esse problema resolvido e retomado o nosso acesso à capital do Estado”, declarou o deputado.
Saiba mais
O contrato visa restauração, recuperação e conservação emergencial na Rodovia PA-150, no sub-trecho de Goianésia do Pará, a partir do entroncamento com a Rodovia PA 263, e Morada Nova, no entroncamento com a Rodovia BR-222.
Obra vai reconstruir trechos mais críticos
Após passar por incontáveis remendos e reparos emergenciais, além de recuperações que se desfaziam em menos de três anos e, consequentemente, resultavam em perdas de vidas, o trecho da Rodovia PA-150 entre Marabá e Goianésia do Pará começou a ser reconstruído pela Secretaria de Estado de Transportes (Setran).
Previstas para seguirem até abril do próximo ano, 2020, as obras estão orçadas em mais de R$ 75 milhões (R$ 75.356.556,77) e serão executadas pela empresa Consórcio Novo Pará, na modalidade Dispensa de Licitação, pela urgência na recuperação da via.
Sobre a concessão da rodovia, o titular da Secretaria de Transportes, Pádua Andrade, disse: “Contratamos uma empresa especializada em concessão do sul do país e acreditamos que ainda este ano nós concluiremos esse levantamento. É um projeto delicado, serão mais de 600 quilômetros. Não é só a PA-150 que começa daqui de Morada Nova, tem também um trecho até a Alça Viária, tem também a implantação da Avenida Independência, uma nova alternativa até Castanhal”.
A expectativa é de que o leilão seja realizado já em 2020. Segundo a Setran já houve sinalização de grandes empresas nacionais e internacionais interessadas na concessão da rodovia.
Serão executados serviços de limpeza das pistas e acostamentos, restauração, reconstrução, conservação e manutenção do pavimento, além de tratamento do sistema de drenagem. A rodovia receberá ainda nova sinalização, com aplicação de tachas refletivas nos 164 km contratados, abrangendo o trecho entre o município de Goianésia do Pará e o distrito de Morada Nova, melhorando a visibilidade da pista.
A PA-150 é uma das rodovias mais extensas da malha estadual. Com 332 quilômetros, é dividida em dois trechos. O primeiro, sob a jurisdição do 4º Núcleo da Setran, tem 166,65 quilômetros de extensão e vai de Moju a Goianésia do Pará. O outro, de 164,04 km, fica sob a jurisdição do 5º Núcleo, que vai de Goianésia a Morada Nova. A via é um dos principais corredores de saída da produção mineral e agropastoril, ao interligar o nordeste e a Região Metropolitana de Belém, via Alça Viária, ao sudeste e sul do Pará. (Fabiane Barbosa)