Sob os olhares atentos de líderes globais, especialistas e representantes de mais de 190 países, o governador do Pará, Helder Barbalho, esteve na abertura da COP30, em Belém. Em entrevista ao DOL na manhã desta segunda-feira, 10 de novembro, ele destacou o papel estratégico da Amazônia na agenda climática mundial. Em meio à expectativa internacional pelo evento, o governador do Pará ressaltou que o encontro realizado na capital paraense deve ser um ponto de reflexão para a humanidade diante da crise ambiental que se intensifica.
Helder Barbalho destacou que a COP30 ocorre em um momento decisivo, em que o planeta enfrenta eventos climáticos extremos, elevação das temperaturas e desigualdade de impactos entre regiões e populações. Para ele, o simbolismo de realizar a conferência na Amazônia traz uma mensagem clara: é tempo de ação.
“Aqui estão representados muitos países e decisões que vão definir o futuro da humanidade. É o momento central para construirmos soluções na dimensão das responsabilidades que a humanidade deve assumir diante da recorrência dos eventos climáticos e das urgências ambientais”, afirmou helder.
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O governador do Pará enfatizou que o encontro precisa gerar compromissos ambiciosos e concretos, especialmente no financiamento climático aos países em desenvolvimento, permitindo que esses adotem modelos de desenvolvimento de baixas emissões. Segundo Helder, a transição verde deve considerar os desafios regionais e promover oportunidades sustentáveis para as populações amazônicas.
“A Amazônia deve ser vista como floresta, mas também como vetor de transformação e geração de empregos verdes. É preciso fazer dessa riqueza natural uma base para vocações sustentáveis”, destacou o governador, citando também a necessidade de investimentos em transporte público elétrico, saneamento, macrodrenagem e tratamento de água e esgoto.
Helder afirmou que a COP da Amazônia — como vem sendo chamada a COP30 — deixará um legado duradouro para o Pará, para o Brasil e para o mundo. Ele adiantou que o governo estadual já vem implementando projetos estruturantes ligados à economia verde, entre eles o fortalecimento do mercado de carbono, a rastreabilidade da produção agropecuária e a criação do Vale Bioamazônico de Tecnologia, iniciativa que busca fazer do Pará um polo mundial de inovação sustentável.
“Queremos que o Pará seja para a bioeconomia o que a Califórnia foi para a tecnologia nos anos 2000. Lá, os chips impulsionaram o Vale do Silício. Aqui, queremos impulsionar a economia a partir das moléculas da floresta, das raízes, das plantas e da biodiversidade amazônica”, explicou.
Ao mencionar o Fundo Floresta Tropical para Sempre (TFFF) — fundo voltado para financiar ações de preservação —, Barbalho reforçou a visão de que a floresta viva deve valer mais do que a floresta morta.
“Precisamos valorizar quem protege a floresta. A preservação deve representar uma oportunidade econômica, uma renda para indígenas, quilombolas, ribeirinhos e produtores rurais que cumprem seu papel ambiental. O combate ao desmatamento só será efetivo quando a economia da floresta viva for uma realidade”, defendeu.
Encerrando seu discurso, Helder Barbalho declarou otimismo com os rumos da conferência e com o protagonismo do Pará no cenário climático global. “A largada desta COP deve colocar as florestas tropicais no centro das discussões mundiais. Belém será o marco de uma nova etapa para o planeta — a de transformar a preservação em desenvolvimento sustentável”, concluiu.
(Fonte:DOL/Lucas Quirino)
