Correio de Carajás

Harvard processa governo dos EUA após Trump proibir alunos estrangeiros

Foto: Getty images

A Universidade Harvard anunciou nesta sexta-feira (23) que entrou na Justiça contra o governo dos Estados Unidos após Donald Trump decidir proibir que a universidade tenha estudantes estrangeiros.

A proibição de alunos internacionais — que são 1 em cada 4 estudantes da universidade — foi anunciada na quinta (23) pelo Departamento de Segurança Interna dos EUA como retaliação aos recentes enfrentamentos entre Trump e a direção de Harvard, que tem se negado a adotar exigências de Washington.

Nesta manhã, a universidade apresentou uma queixa ao Tribunal Federal de Boston em que chama a proibição de “violação flagrante” da Primeira Emenda à Constituição dos Estados Unidos, além de outras leis federais do país.

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Na queixa, a direção de Harvard alegou ainda que a medida provoca “efeitos devastadores” em cerca de 7.000 alunos da universidade que são estrangeiros e dependem do visto de estudante para residir nos EUA.

Proibição

 

O Departamento de Segurança Interna (DHS, na sigla em inglês) afirmou que a decisão de proibir estudantes estrangeiros foi tomada porque Harvard não entregou documentos solicitados sobre seus esses alunos.

Segundo o governo, os estrangeiros que já estudam na universidade devem se transferir para outras instituições de ensino — caso contrário, perderão o direito de permanecer legalmente nos Estados Unidos.

Em carta enviada à universidade, a secretária de Segurança Interna, Kristi Noem, acusou a instituição de manter um “ambiente hostil para estudantes judeus, de promover simpatias ao Hamas e de adotar políticas racistas de diversidade, equidade e inclusão”.

Harvard reagiu e afirmou que a ação é ilegal e compromete sua missão de pesquisa.

O que acontece agora com os estudantes?

Estudantes que estão concluindo o curso neste semestre poderão se formar normalmente. A medida entra em vigor no ano letivo de 2025-2026. A turma de 2025 está prevista para se formar na próxima semana.

No entanto, quem ainda não terminou o curso terá que se transferir para outra universidade. Caso contrário, perderá o visto de estudante.

Já os alunos internacionais que foram aceitos para começar as aulas em setembro não poderão iniciar o curso, a não ser que a decisão do governo mude ou que a Justiça intervenha.

Noem disse que Harvard pode recuperar o status de instituição autorizada a receber estrangeiros se cumprir uma lista de exigências em até 72 horas. Entre os pedidos estão registros disciplinares de estudantes internacionais e gravações de protestos ocorridos no campus.

Segundo Noem, Harvard já havia se recusado a fornecer esses materiais. A universidade informou que está trabalhando para orientar os alunos afetados.

(Fonte:G1)