Correio de Carajás

Guerra de facções: suspeito de homicídio é preso em Marabá

A ação da Polícia Civil contou com a força tática da Core, considerada uma ferramenta essencial para a eficácia das operações

No momento da prisão, Ítalo “Napo” vestia apenas uma bermuda e a tornozeleira de monitoramento eletrônico

A Polícia Civil do Pará cumpriu, nesta terça-feira (4), mandado de prisão preventiva contra Ítalo Cassio dos Santos Pires, o “Napo”, de 26 anos, investigado pelo assassinato de Guilherme Pereira de Moraes, ocorrido em novembro de 2024, na Avenida Magalhães Barata, Marabá Pioneira. A prisão aconteceu na residência do suspeito, localizada na Vila Canaã, popularmente conhecida como “Vila do Rato”, local dominado pelo tráfico de drogas no mesmo núcleo onde o crime ocorreu.

Além da prisão, foram cumpridos mandados de busca e apreensão, resultando na retenção de equipamentos utilizados por facções criminosas, incluindo celulares, televisores, uma motocicleta e um drone.

Em coletiva de imprensa nesta manhã, a delegada Allana Araújo, da Delegacia de Homicídios e responsável pelo inquérito que investiga a morte de Guilherme, afirmou que a motivação do crime está relacionada à rivalidade entre facções. “A vítima era simpatizante de uma determinada facção e estava residindo há poucos dias em uma área dominada pelo grupo rival, do qual o ‘Napo’ é simpatizante desde 2018”, explica a delegada.

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Delegada Allana Araújo é a responsável por presidir o inquérito que investiga a morte de Guilherme

Para ser executada, a operação contou com o apoio da Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (Core), unidade tática da Polícia Civil. Sobre o trabalho realizado pela coordenadoria, o delegado Antônio Mororó ressaltou – durante a coletiva – a complexidade da ação, realizada em uma área de intenso domínio do tráfico de drogas.  “Houve resistência após a prisão. O suspeito tentou fugir mesmo algemado, o que dificultou sua condução ao camburão (viatura)”, detalha Mororó. Ele complementa ressaltando que a operação demonstrou a força do Estado, além de destacar que a Polícia Civil atua em todas as áreas necessárias. “Essas facções fomentam a violência, se fortalecendo com recursos do tráfico e utilizando homicídios como método de intimidação. Nosso trabalho busca desarticular essas redes criminosas e reduzir os índices de criminalidade”, observou o delegado Vinícius Cardoso das Neves, superintendente de Polícia Civil. Durante a coletiva, ele destacou que a operação faz parte de uma estratégia de combate a organizações criminosas, tráfico de drogas e homicídios na região.

Delegado Antônio Mororó destacou a importância do Core para operações como esta

O HOMICÍDIO

Guilherme Pereira de Moraes foi executado na Avenida Magalhães Barata, Marabá Pioneira, em 9 de novembro de 2024. De acordo com o que foi repassado para as autoridades policiais naquele momento, a vítima estava sentada na calçada quando um indivíduo passou de bicicleta e iniciou uma série de disparos de arma de fogo atingindo-a na cabeça, no peito, braços e também nas costas. O crime aconteceu à luz do dia.

O superintendente Vinícius Cardoso ressaltou que Marabá é a única cidade do interior com uma unidade do Core

(Luciana Araújo, com informações de Evangelista Rocha)