Correio de Carajás

Governo pode perder R$ 35 bilhões até 2027 com isenção para compras online

Em junho, governo publicou novas regras para compras internacionais pela internet com isenção da cobrança de Imposto de Importação para remessas de até US$ 50.

Apps da Shopee, Shein e AliExpress — Foto: Getty Images via BBC

A Secretaria da Receita Federal informou que a isenção para compras internacionais de até US$ 50, se mantida pelo governo federal, resultará em uma “perda potencial” de arrecadação de R$ 34,93 bilhões até 2027.

O dado consta em uma nota técnica do órgão que foi divulgada nesta segunda pelo jornal “Valor Econômico”. O g1 também teve acesso ao documento.

“A estimativa apresentada considerou que aproximadamente 80% do volume total de remessas postais e remessas expressas, remetidas por pessoas jurídicas, passarão a ser realizadas ao abrigo do programa de conformidade, dentro do limite de U$ 50,00 e atenderão aos demais critérios para a aplicação da alíquota zero”, disse a Receita Federal.

Leia mais:

 

No fim de junho, o governo publicou novas regras para compras internacionais feitas pela internet que contemplam a isenção da cobrança de Imposto de Importação para remessas de empresas para pessoas físicas no valor de até US$ 50 – desde que elas façam adesão a um programa de conformidade.

Até então, somente as remessas de pessoas físicas para pessoas físicas, de até US$ 50, estavam isentas. As vendas de empresas para pessoas físicas sofriam uma tributação de 60%. A medida começa a valer em 1º de agosto.

Para o cálculo, a Receita Federal considerou que as importações serão processadas na mesma velocidade atual, com o mesmo nível de controle administrativo e de fiscalização.

Imposto estadual

 

Também em junho, o diretor do Comitê Nacional de Secretários de Fazenda dos Estados e do Distrito Federal (Comsefaz), André Horta, disse ao g1 que a norma da Receita afeta apenas a tributação federal.

E que a alíquota de 17% do ICMS continuará incidindo em todas as aquisições do Programa de Remessa Conforme (incluindo compras abaixo de US$ 50) de empresas para pessoas físicas.

Haddad indica que tributo federal vai subir

 

No mês passado, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que as medidas anunciadas naquele momento para o comércio eletrônico representavam apenas o começo do processo de regularização, e indicou que haverá taxação por meio de tributos federais no futuro.

“Na verdade, esse é o começo de um plano de conformidade porque o problema todo que está gerando é o desequilíbrio entre o comércio local e o comércio de ‘market place’ [compras pela internet de outros países por meio de plataformas]. O desequilíbrio é muito grande. Estamos começando esse plano de conformidade para adequar, para que a concorrência fique leal”, declarou o ministro, na ocasião.

Questionado por jornalistas sobre qual seria a alíquota de imposto federal que o governo cobrará no futuro para promover maior equilíbrio com a produção local, Haddad afirmou, na ocasião, que isso será decidido “em uma segunda etapa” do programa de conformidade.

“E nos comprometemos a fazer uma mesa de pactuação com eles [empresas de comércio eletrônico e varejistas brasileiros]”, acrescentou o ministro da Fazenda, em junho.

(Fonte:G1)