O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, afirmou nesta sexta-feira (10) que o governo federal “não vê necessidade” de modificar o decreto que alterou regras sobre armas e munições no país.
Segundo o ministro, as equipes técnicas da Presidência e da Casa Civil analisaram o decreto assinado pelo presidente Jair Bolsonaro na terça-feira (7) e não foram encontradas “inconstitucionalidades” no texto.
O decreto, entre outras medidas, facilitou o porte de arma para um conjunto de profissões, como advogados, caminhoneiros e políticos eleitos – desde o presidente da República até os vereadores. O direito ao porte é a autorização para transportar a arma fora de casa.
Leia mais:Além disso, o decreto permite que equipamentos de uso restrito das polícias militares, da Polícia Federal e do Exército sejam agora comprados – e usados – por civis que cumprirem os requisitos, amplia a quantidade de munições que podem ser adquiridas por ano, permite que menor pratique tiro esportivo sem necessidade de aval da Justiça, e abre o mercado para a importação.
A medida suscitou debates no meio político e jurídico. O partido Rede Sustentabilidade acionou o Supremo Tribunal Federal (STF) e pediu a anulação do decreto. Para a sigla, o decreto é inconstitucional por ferir o princípio da separação de poderes porque, na avaliação do partido, as regras deveriam ter sido discutidas no Congresso Nacional.
Segundo o blog da jornalista Andréia Sadi, a área técnica da Câmara dos Deputados elaborou um parecer no qual diz que há ilegalidades no decreto. Uma outra análise, feita por técnicos do Senado, diz que a norma “extrapolou o poder regulamentar”.
Defesa do decreto
Questionado nesta sexta sobre as observações em relação a constitucionalidade do decreto, Onyx discordou das posições dos técnicos e disse que não há necessidade de alterar o decreto.
“O governo não vê necessidade de fazer nenhuma mudança [no decreto], primeiro, porque cabe ao presidente, por decreto, fazer esse grau de adequação”, disse Onyx.
O chefe da Casa Civil relatou que o governo conversará com a Câmara dos Deputados para “mostrar” que o decreto está “rigorosamente” dentro da Constituição.
Onyx afirmou que o decreto “ajusta” e “regulamentar” artigos do Estatuto do Desarmamento e que altera a organização sobre caçadores, atiradores desportivos e colecionadores, chamados de CACs
“Tudo isso está no âmbito de competência do presidente. Portanto nós não consideramos que possam haver inconstitucionalidades nestas questões”, assegurou. (Fonte:G1)