Correio de Carajás

Governo estuda fornecer hospedagem gratuita para comitivas de países pobres na COP30

Cidade de Belém, sede da COP 30: interrogações sobre o evento — Foto: Divulgação
✏️ Atualizado em 08/08/2025 09h22

Será anunciada em breve uma das tentativas do governo para aplacar a pressão dos 25 países que publicamente pedem a mudança de sede da COP30, marcada para novembro, em Belém, por causa dos preços extorsivos cobrados por acomodações aos participantes.

Os dois navios contratados pela Embratur para funcionar como hotéis flutuantes durante a COP30 terão uma cota de leitos reservada para ser disponibilizada gratuitamente ou vendida a preços muito mais baixos às comitivas de países com orçamento mais apertado.

No total, os dois navios da  MSC Seaview e Costa Diadema oferecerão cerca de 10 mil leitos em suas 3,9 mil cabines. Mas o governo Lula ainda não sabe quantos desses leitos entrarão neste programa especial de preços mais em conta ou gratuitos para as delegações.

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É uma iniciativa paliativa, contudo. Primeiro, porque a COP30 não se resume às comitivas. Entre as cerca de 50 mil pessoas esperadas para o evento, há integrantes de ONGs, cientistas, acadêmicos e outros que não serão contemplados com essa oferta. E também porque, se, por um lado, o número de leitos que serão disponibilizados (não só nos navios, mas em todos os tipos de hospedagem) deve chegar ao necessário; por outro, nada, por enquanto, indica que os preços das diárias cairão a patamares razoáveis.

Anteontem, numa fala aos deputados na Câmara, o presidente da COP30, André Corrêa do Lago, chegou a dizer que “uma solução legal para que esses preços diminuam” vem sendo pensada. Não explicou que tipo de intervenção poderia ser executada. Mas está se tentando no governo alguma saída que passe pelo Código de Defesa do Consumidor.

No governo, há vozes insistindo para que as reuniões de cúpula sejam em Belém, mas que as outras atividades sejam transferidas para outra cidade. Mas essas vozes falam baixinho. Porque ao menos para Lula não há chance de tudo não acontecer na capital do Pará.

(Fonte: O Globo/ Lauro Jardim)