Foi solta nos Estados Unidos nesta sexta-feira (07), sob fiança, a golpista Anna Sorokin, que se passava por um falsa herdeira de uma rica família alemã para enganar a alta sociedade de Nova York. A história ficou famosa no Brasil e no mundo após ser contada na minissérie da Netflix Inventando Anna.
“Anna Sorokin foi libertada da custódia do ICE [Immigration and Customs Enforcement] esta noite [sexta-feira]”, disse uma fonte da instituição à agência de notícias AFP.
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Um juiz de imigração ordenou a libertação condicional de Anna na terça-feira após, o pagamento de uma fiança, que segundo a mídia foi de 10 mil dólares. Ela será monitorada por dispositivo eletrônico e poderá ser deportada dos Estados Unidos – algo que vem tentando impedir há 18 meses.
Em 2019, Anna foi condenada a de quatro a 12 anos de prisão por fraude envolvendo 275 mil dólares. Em fevereiro de 2021, foi libertada por bom comportamento.
Pouco tempo depois, foi presa novamente por causa de um visto vencido e, desde então, estava nas instalações do serviço de imigração ICE.
As autoridades dos EUA emitiram uma ordem para sua deportação para a Alemanha, mas Anna apelou, permanecendo no centro de detenção, onde as condições são melhores do que em uma prisão americana.
Vida às custas dos outros
Nascida na Rússia, filha de um caminhoneiro e de uma lojista, Anna Sorokin se mudou para Alemanha aos 16 anos. Depois, foi para os Estados Unidos.
Em Nova York, entre novembro de 2016 e agosto de 2017, Anna Sorokin se apresentou como uma rica herdeira alemã chamada Anna Delvey e viveu uma vida de luxo às custas de outros. Ela obteve crédito junto a bancos, viajou de graça para outros países e viveu meses em hotéis de Manhattan sem pagar a conta.
Ela alugou um jatinho para viajar para Omaha para uma conferência anual do grupo Berkshire Hathaway para ver o presidente da empresa, o investidor Warren Buffet, passou uma semana num hotel de luxo em Marrakech e jantou em restaurantes nobres com celebridades americanas, como o ator Macaulay Culkin. Toda essa vida era documentada na rede social Instagram, onde Sorokin tinha uma conta.
Em Nova York, Sorokin contava a história de que era uma herdeira vinda de uma pequena cidade alemã perto de Colônia e esperava assumir seu fundo fiduciário quando chegasse aos 25 anos para aí abrir um espaço cultural na cidade.
O sonho dela era abrir um centro de artes plásticas na Church Missions House, um prédio histórico na esquina da Park Avenue com a East 22nd Street. Um designer gráfico londrino estava encarregado do logotipo do centro, que já tinha nome: Anna Delvey Foundation.
Esse centro de artes plásticas nunca virou realidade. Toda a vida de Anna Delvey era uma fraude. Quando foi presa, em outubro de 2017, ela já tinha um histórico de contas não pagas e pessoas perplexas com o seu comportamento.
Uma das pessoas enganadas por Sorokin foi a jornalista Rachel Deloache Williams, editora de fotografia na revista Vanity Fair. Ela escreveu, nessa revista, sobre a sua experiência de ter ficado com a conta de 62 mil dólares de uma estada de uma semana num hotel de luxo no Marrocos. Essa passagem também é contada na série da Netflix.
No último golpe antes de seu esquema ser exposto, ele estava prestes a conseguir um empréstimo de 22 milhões de dólares.
(Fonte:G1)