Correio de Carajás

GM faz BO sobre tiro de taser e prefeitura se cala

Elquinha foi atingido por disparo de taser na frente da esposa e filha pequena

Agentes da Guarda Municipal envolvidos em uma abordagem polêmica, quando um deles imobilizou um homem com arma de choque elétrico (taser), registraram Boletim de Ocorrência Policial sobre o caso, que aconteceu em Marabá na última sexta-feira (19). Por outro lado, a prefeitura nunca se manifestou, embora a Secretaria de Comunicação do Município (Secom) tenha sido procurada por este CORREIO ainda na sexta.

Segundo a Guarda Municipal, os agentes foram até o Bairro Bom Planalto (Cidade Nova) para dar apoio ao Departamento de Postura que estava removendo uma obra irregular feita na via pública, já que o autor da obra, Francisnelque da Costa Silva, estava impedindo o trabalho da Postura.

Conforme relatado pelo agente que efetuou o disparo, o homem se apoderou de um pedaço de pau e seguiu na direção dele e dos demais componentes da equipe da GM, ameaçando-os. Ante a agressividade de Francisnelque se fez necessário o uso de arma de choque e depois a imobilização deste com algema.

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A versão apresentada diverge um pouco do vídeo que circula pelas redes sociais, no qual Elquinha, como é conhecido o homem atingido pelo disparo, chega a segurar um pedaço de madeira realmente, mas não parte em direção aos agentes e sim em direção à retroescavadeira usada pela Postura. Ademais, ele não passa nem cinco segundos com o pedaço de madeira na mão.

Inclusive, no vídeo fica bem claro que Elquinha solta o objeto, vira de costas e se afasta um pouco dos agentes, enquanto sua esposa com uma filha de colo ficam entre ele e os agentes. Mas o guarda dá a volta, de arma em punho, e dispara no momento em que Elquinha está discutindo com outro agente.

Depois disso, ele foi algemado e levado para a delegacia e também para o Hospital Municipal de Marabá (HMM).

Por telefone, ainda na noite de sexta-feira, Elquinha, que também é servidor da Prefeitura de Marabá, afirmou que iria denunciar o caso ao Ministério Público, por entender que houve excesso por parte dos agentes. Ele alegou ainda que a obra que fez para melhorar a entrada de sua residência não causou empoçamento de água na rua.

Como a Secom nunca se dignou a responder o pedido de explicações feito por este CORREIO, não é possível saber por qual motivo o Departamento de Postura removeu a obra, na rua, que é desprovida de asfaltamento e saneamento básico. (Chagas Filho)