Correio de Carajás

Gestantes de áreas vulneráveis têm até 68% mais chances de perder bebê

Conclusão é de estudo de pesquisadores brasileiros e de mais 2 países

Foto: Agência Brasil

Gestantes que vivem em áreas vulneráveis têm até 68% mais chances de perder o bebê. A conclusão é de um estudo conduzido por pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), da Universidade de São Paulo (USP) e de universidades da Inglaterra e do Canadá.

O levantamento revelou que, quanto maior a privação socioeconômica de um município, maior é o risco de natimortalidade, que é a morte do bebê antes do nascimento a partir da 20ª semana de gravidez. A pesquisa analisou nascimentos no Brasil entre 2000 e 2018.

Em 2018, foram registrados 28 mil natimortos no país, o equivalente a 9 mortes por mil nascimentos. Embora o número esteja dentro da meta global de até 12 por mil, o dado esconde desigualdades. Nos municípios com melhores condições socioeconômicas, a taxa foi de 7,5 natimortos por mil. Já nos mais privados socioeconomicamente, chegou a 11,8 por mil.

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Essa disparidade se torna ainda mais evidente quando se foca em regiões com níveis diferentes de realidade socioeconômica. A Região Nordeste, em 2012, apresentou a maior taxa, de 12,1 natimortos por mil nascimentos; enquanto o Sul apresentou a menor prevalência, com 7,7 por mil nascimentos.

A pesquisa também revelou que, entre 2000 e 2018, a taxa nacional de natimortalidade caiu cerca de 1,1% ao ano. Além disso, cerca de 90% das mortes fetais ocorreram antes do parto, o que, segundo os autores, pode indicar falhas no acompanhamento pré-natal e no monitoramento da saúde da gestante.

As mortes durante o parto, embora menos frequentes, representando 4,3% dos natimortos, também se concentraram nas áreas de maiores privações, onde faltam infraestrutura hospitalar e profissionais qualificados.

(Agência Brasil)