Após nove noites de muita dança no 37º Festejo Junino de Marabá, o Correio de Carajás conversou com o secretário municipal de Cultura, Genival Crescêncio, que fez um balanço geral do evento, abordando aspectos positivos, mas também pontos negativos e propostas para as próximas edições, que devem acontecer em outra gestão municipal.
O secretário destacou o surgimento de novos grupos juninos nos últimos anos, um crescimento que, segundo ele, o atual formato de nove dias não consegue mais comportar. “Provavelmente, na próxima edição, o festejo terá que se estender de 13 a 15 dias”, sugere.
Essa nova medida permitiria que a população apreciasse melhor o evento, e os grupos juninos poderiam se apresentar sem extrapolar os horários, evitando que o evento se estenda pela madrugada, como ocorreu este ano e nos anteriores.
Leia mais:Ele ainda enfatiza a importância de um planejamento mais eficiente, especialmente no que diz respeito ao transporte dos grupos, destacando ser essa uma responsabilidade dos próprios grupos e que este ano todos receberam recurso necessário para a locomoção, assim como as apresentações dos bois.
Fazer um planejamento antecipado de transporte seria uma solução prévia para as juninas que têm que se deslocar de núcleos distantes.
INOVAÇÃO E MELHORIAS
Questionado sobre a evolução e qualidade das apresentações dos bois, o secretário diz que notou uma melhora significativa: “As performances estão mais elaboradas, estão evoluindo e ampliando os temas”, elogia.
Ele também pontuou o aumento no número de participantes e a lotação completa da arena, reflexo da maior atratividade das apresentações. Apesar do tamanho, a arena montada no Bairro Santa Rosa suporta no máximo 5 mil pessoas, enquanto recebe três vezes mais a cada noite, ou seja, está ficando pequena para a proporção que o festejo está tomando. Por isso, Marabá precisa de um ambiente adequado para abrigar eventos desse porte.
“Acredito que o município necessita de um espaço cultural apropriado, com estacionamento, banheiros e praça de alimentação que acomode melhor a população e facilite a apreciação da arte neste período do ano”, sugere.
Um ponto positivo levantado por Genival Crescêncio foi a tranquilidade do evento, destaque para a ausência de discussões após os anúncios dos resultados – tanto dos bois quanto das quadrilhas. Diferente dos outros anos, a festa foi considerada tranquila. O evento é realizado pela gestão municipal, por meio da Secretaria de Cultura (Secult) em parceria com a Liga Cultural de Marabá (Licmab).
FINAL DA GESTÃO
Genival explica que, embora a atual gestão encerre sua atuação em dezembro deste ano, ainda há várias ações que a Secult deverá desenvolver até lá, como as oitivas da Lei Aldir Blanc II e o lançamento do último edital da Lei Paulo Gustavo, além da reativação do Conselho de Cultura e a elaboração do Plano Municipal de Cultura.
A expectativa é que até o final do ano possa ser discutido o Plano Municipal de Cultura e traçada a programação do setor cultural para os próximos 10 anos. (Ulisses Pompeu e Milla Andrade)