Correio de Carajás

Gato transmite toxoplasmose? Conheça os sintomas e saiba como prevenir

A toxoplasmose é uma doença causada pelo protozoário Toxoplasma Gondii e trata-se de uma zoonose, ou seja, pode ser transmitida dos animais para os seres humanos. Existem muitos mitos sobre a toxoplasmose nos gatos e o risco que ela tem para as pessoas.

Para desmitificar algumas questões, a médica veterinária Michelly Vaconcelos explica que não são só os gatos que podem transmitir a doença. Segundo ela, outros animais, como cães, porcos, aves, carneiros e bovinos podem ser infectados pela toxoplasmose e atuarem como transmissores.

Entretanto, de acordo com a veterinária, os únicos que o eliminam o protozoário pelas fezes são os felinos. Já o restante dos animais, mantém o organismo em seu corpo, logo só é possível o contágio em casos de ingestão de carne crua ou semi-crua.

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Apesar de chamada por muitos de a “doença dos gatos”, ter um felino como animal de estimação não aumenta o risco de contágio, segundo a médica.

“Na verdade, é altamente improvável que o felino seja o responsável pelo contágio da doença a uma pessoa, inclusive se esta estiver grávida, porque devem ser apresentadas uma série de circunstâncias específicas que raramente ocorrem em conjunto, como o felino deve ser infectado pela primeira vez, já que, uma vez contraída a doença, ele adquire imunidade; as fezes do gato devem permanecer no lugar por mais de 24 horas e menos de 5 dias ou a pessoa deve ter contato com as fezes do gato com as mãos nuas e as leve à boca ou manipule alimentos que serão ingeridos”, explica.

Ainda segundo Michelly, essa “culpa” felino não tem fundamento, alegando que “seria difícil os gatos domésticos serem responsáveis por tantos casos da enfermidade, já que para um ser humano adquirir a doença ele teria que ingerir as fezes de um felino infectado”.

Ainda que o gato doméstico esteja infectado, de acordo com a veterinária, é difícil que a doença contagie pessoas que convivem com ele. Em todo caso, existem situações de transmissão mais comuns para o homem, como ingestão de verduras mal lavadas (que tenham entrado em contato com o protozoário) e carnes cruas ou mal cozidas de animais doentes; transmissão da doença é a congênita ou através de transplantes de órgãos ou contato com sangue contaminado de animais infectados.

Contágio do animal

Para contrair a doença, assim como nos humanos, o gato deve entrar em contato com o parasita comendo carne contaminada. Por exemplo, comer um roedor, ave ou outro animal doente, ou carne crua previamente infectada.

“Por se tratar de um animal de estimação, o mais provável e correto, é que o animal se alimente de comida preparada (cozida) ou ração. Com isso, dificilmente entrará contato com focos infecciosos”, ressalta a médica veterinária.

Sintomas, tratamento e prevenção

Por ser uma doença assintomática, o animal não apresenta sinais claros de sofrimento. No entanto, há alguns sintomas que devem ser considerados. São eles: diarreia, falta de apetite, febre, apatia, dificuldade respiratória e baixa de imunidade.

Em caso de detectar qualquer destes sintomas, deve-se ir a um médico veterinário. Ele fará uma coleta de sangue e considerará o diagnóstico e tratamento mais adequado.

Segundo a especialista, em sua maioria, as implicações ocorrem em felinos infectados com algum tipo de disfunção imunológica, como FIV (também conhecida como AIDS Felina) ou Felv (Leucemia Felina).

O diagnóstico em animais requer a análise de amostras de tecido, exames de sangue, exames de fezes, hemograma, radiografias e exames sorológicos. Já o tratamento da toxoplasmose em animais é feito por meio da administração de medicamentos específicos, com o remédio indicado pelo médico veterinário de acordo com o nível de desenvolvimento da doença e os seus sintomas – podendo incluir desde a receita de antibióticos até quimioterápicos, entre outros tratamentos de apoio.

Para prevenir os animais devem evitar a ingestão de cistos de tecidos infectados, ou seja, que se alimentem com carnes cruas ou mal passadas, além de não deixar o animal ter acesso a rua e fazer a higienização do ambiente.

No caso dos seres humanos, segundo a médica veterinária, a forma de prevenção é simples: higiene. Ela recomenda que as mãos sejam bem lavadas após o contato com o animal e, principalmente, após limpar a sua caixa de areia, que os alimentos ingeridos sejam bem lavados e que a carna consumida deve ser bem cozida, além de sempre lavar bem os utensílios de cozinha que entram em contato com carnes cruas.

(Fonte: DOL)