Correio de Carajás

Gasolina: Consumidores de Marabá reclamam de reajustes sucessivos

O reajuste em 1,68% na gasolina nas refinarias, anunciado nesta semana pela Petrobrás, chegou às bombas de gasolina e tem postos em Marabá comercializando o produto a quase R$ 5, o que desagradou bastante quem procurou abastecer nesses dias. O professor e profissional liberal Elvis Moreira, por exemplo, pagou R$ 4,99 no litro.

“O Brasil é um exportador de petróleo no que tange países do Mercosul e estes países compram gasolina refinada a R$ 2,80 enquanto nós pagamos R$ 4,99, o que acabei de pagar, para não dizer R$ 5. Ou seja, quase metade do valor do combustível é imposto, o que pesa para quem precisa de deslocar no nosso país”, avaliou. Ele diz gastar até R$ 800 mensais para trafegar de automóvel.

Reinaldo Bonfim, também professor e motorista de Uber, diz perceber aumentos semanais, o que afeta diretamente a atividade que exerce. “Toda semana está tendo aumento de combustível e está ficando impraticável andar com carro, trabalhar, sair pro trabalho. Só estamos vendo diariamente o aumento e nenhum benefício do governo pra gente, estamos querendo que alguém se mova para ver se diminuem esses impostos para melhorar para a gente, para podermos sobreviver melhor e trabalhar”, afirma.

Leia mais:

Ele diz gastar R$ 200 de combustível por semana, R$ 800 reais por mês. “Antes eu gastava R$ 300 mensalmente. Tem que mudar esse método que está sendo calculado o combustível”, acrescentou. O autônomo Abidine Miranda de Oliveira se mudou recentemente de Altamira para Marabá. Lá, afirma, gastava R$ 400 por mês em gasolina e agora calcula quanto vai precisar desembolsar em Marabá.

“Em Marabá o valor é variado, tem mais barato e mais caro e eu procuro sempre o mais barato. Complicado é que quando aumenta uma coisa, tem que aumentar tudo e isso só quebra quem precisa do transporte. Aumenta tudo e para quem trabalha como autônomo, como eu, complica porque faço o próprio salário e aí tenho que trabalhar cada vez mais”.

Albertino Santis, dono de um posto na Folha 32, Nova Marabá, explica que não são os estabelecimentos que aumentam os valores, apenas repassam os reajustes da Petrobrás. “O que fazemos é o que todo empresário faz, quando há aumento temos que automaticamente repassar esse aumento. Compramos mais caro e temos que repassar porque o empresário trabalha com uma margem, estabelece margem de lucro, todo negócio visa o lucro, ninguém trabalha para ter prejuízo”.

Ele acrescenta que essa margem é estável. “Não muda, ela é fixa, se há aumento e eu não repassar significa que minha margem vai diminuir e eu não tenho como absorver esse aumento porque tenho um custo fixo e tenho que honrar meus compromissos”, afirma.

Nesta quinta-feira, dia 6, a Petrobras anunciou mudança na política de preços da gasolina. De acordo com a estatal, não haverá mudança na política instituída em 2016 e as cotações internacionais e variações do dólar continuarão sendo acompanhadas, mas agora a área comercial pode propor períodos sem repasses de até 15 dias quando entender que o mercado está sendo pressionado por razões externas. (Luciana Marschall com informações de Josseli Carvalho)