Foi desativado na manhã de hoje, sexta-feira (7), o garimpo ilegal de cobre que soterrou três garimpeiros em Canaã dos Carajás no último mês.
Como noticiou o Correio de Carajás, na madrugada de 24 de janeiro, durante a troca de turno dos trabalhadores, a entrada principal de um túnel ficou bloqueada devido ao desabamento de uma caixa de contenção. Os trabalhadores permaneceram soterrados por mais de 24 horas. No dia 25, após ajudar no salvamento deles, o garimpeiro Werlly Farias Corrêa, de 23 anos, morreu eletrocutado na mesma área.
Leia mais:Nesta sexta, a Polícia Federal informou que uma ação conjunta com ICMBio, Ibama e Força Nacional inutilizou e apreendidos, até o momento, 10 motores estacionários, 15 acampamentos, duas canoas, um motor rabeta, duas armas artesanais e duas pás carregadeiras.
Os poços cavados ilegalmente na área chegam a alcançar 50 metros de profundidade e 100 metros de comprimento total, trazendo risco à vida dos trabalhadores e, em muitos casos, havendo a prática de trabalho análogo à escravidão.
Segundo o ICMbio, os poços de extração de cobre dão prejuízo estimado superior a R$ 362 milhões pela usurpação de bem mineral da união, nos últimos cinco anos de funcionamento do garimpo, além de R$ 6,2 milhões de danos ambientais.
A ação se deu em cumprimento de mandado de busca e apreensão, que autorizou destruição de máquinas e alojamentos usados no garimpo ilegal, dentro da Floresta Nacional de Itacaiúnas. Também foram expedidos dois mandados de prisão contra pessoas suspeitas de financiar a extração ilegal de cobre. Além disso, foi realizada penhora solidária de R$ 6 milhões de três investigados, para reparar danos ambientais e econômicos.
No local do garimpo ilegal existem diversas perfurações para a extração de cobre, com donos diferentes. A Polícia Federal trabalha na identificação de cada um deles. A região já foi alvo de diversas operações, porém a exploração ilegal retorna ao local, muitas vezes com estrutura ainda maior.
A manutenção dessa atividade costuma ocorrer com apoio de financiadores de fora do estado, com investimento em construção de aporte de energia elétrica e transformadores de grande capacidade, casas de apoio com estrutura para alimentação e sono, afetando a biodiversidade local.
Ontem, quinta-feira (6), a PF deu apoio na desativação de outras áreas de garimpo ilegal, desta vez para extração de ouro, em Parauapebas. A atividade irregular é recorrente na região e polui rios essenciais para o abastecimento da cidade.
(Da Redação com informações de Asconm/PF)