Correio de Carajás

Garimpeiros interditam trecho da BR-158 para cobrar regularização da atividade

A rodovia BR-158, no sul do Pará, continua interditada nesta segunda-feira (21). O bloqueio, que começou no domingo (20), foi feito perto do km-600, no município de Redenção, por garimpeiros, que pedem a regularização da atividade na região, de acordo com informações do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).

Os garimpeiros criticam uma operação do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) realizada no sudeste do estado quando, segundo os manifestantes, os agentes ambientais queimaram máquinas utilizadas em garimpo ilegal.

O grupo pede ainda que a atividade seja legalizada em terras indígenas e que os materiais apreendidos não sejam destruídos.

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Em nota, o Ibama disse que, pela segurança da operação e dos servidores, as ações do órgão serão mantidas em sigilo.

Trânsito

Um grande engarrafamento se formou na área do protesto. De acordo com o Dnit, não há rotas de desvio nas proximidades para veículos de grande porte.

Para os veículos leves e de pequeno porte, a recomendação é que façam o desvio por uma estrada vicinal, que dá acesso à comunidade de Arraiá Porã, na zona rural de Redenção, até retornarem para a BR-158.

O Dnit recomenda que os demais motoristas acompanhem as notícias veiculadas pelos canais oficiais do departamento nas redes sociais e que aguardem o fim do bloqueio em locais com condições adequadas para a espera.

Apoio de senador

O senador Zequinha Marinho (PSC) divulgou um vídeo por meio de aplicativos de compartilhamentos de mensagem defendendo a atuação dos garimpeiros, criticando a atuação do Ibama e outros órgãos de fiscalização por apreender e destruir máquinas usadas em atividades ilegais.

No vídeo, o senador se dirige a garimpeiros de cidades como Cumaru do Norte, Ourilândia do Norte, Tucumã e São Félix do Xingu, afirmando que eles “estão fechando a BR-158 com toda razão”, em função de “perseguição que neste momento se deflagra contra os garimpos”, “queimando máquinas e equipamentos caros”.

Marinho afirma que, desde julho de 2019, o governo federal tem prometido regularizar a atividade mineral na região e que a atividade, incluindo em áreas protegidas, “gera mais emprego e renda” e “dá ao povo indígena o direito absoluto sobre sua terra e o uso sustentável dela”.

O G1 procurou o senador nesta segunda para questioná-lo sobre o fato de ele estar apoiando garimpo ilegal, mas não havia obtido resposta até a última atualização desta matéria.

Esta não é a primeira vez que o senador se manifesta contra fiscalizações. Em janeiro deste ano, Zequinha chegou a dizer que servidores do Ibama eram “bandidos”, após a destruição de propriedades e equipamentos na operação “Ituna Itatá”. A ação do Ibama constatou mais de mil hectares de desmatamento ilegal em terra indígena na região Assurini, entre Senador José Porfírio e Anapu, no sudoeste do estado. (Fonte:G1)