Correio de Carajás

Garimpeiros ampliam manifestação e fecham BR-155 em Eldorado do Carajás

Garimpeiros ampliam manifestação e fecham BR-155 em Eldorado do Carajás

Seguindo o movimento de Ourilândia do Norte, garimpeiros e donos de garimpos de Eldorado do Carajás, no sudeste do Pará, fecharam agora à tarde a Rodovia BR-155, na saída para Marabá. Eles cobram a presença de representantes do Governo Federal para negociar a liberação de lavra dos garimpos que estão sendo explorados de forma clandestina na região.

Os manifestantes dizem que se o governo não sentar para conversar, vão bloquear todas as rodovias regionais até serem ouvidos. Eles decidiram iniciar o bloqueio das rodovias após as operações realizadas pelo Ibama na semana passada, que fecharam diversos garimpos.

Segundo Marcos Roldão Botelho, um dos representantes dos donos de garimpos, as ações realizadas causaram danos para muitos proprietários, que tiveram maquinários apreendidos ou queimados. Ele ressalta que, no seu caso, possui uma licença para explorar, mas ainda assim teve equipamentos destruídos e o garimpo fechado.

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“Eles fizeram uma ação, onde colocaram todo mundo no mesmo patamar. Tinha, sim, pessoas fazendo exploração em reserva indígena, mas nossa área não é em terra protegida”, ressaltou. Na tarde ontem, segunda-feira, 28, garimpeiros fecharam a Rodovia PA-279, em Ourilândia. A via segue bloqueada por tempo indeterminado.

No caso da BR-155, Marcos afirmou que agora, às 16h40, ela vai ser liberada parcialmente para a passagem de carros de passeios. Depois, será fechada novamente. Caminhões de cargas e ligados à mineradora Vale não passam em hipótese alguma. Segundo ele, para não causar muito transtorno a via vai ser liberada em intervalos que eles ainda vão decidir, mas só para carros de passeio. Carros oficiais e ambulâncias estão liberados.

“A gente está lutando pelo nosso direito de trabalhar. Muita gente faz investimentos, compra maquinário financiado, e esse equipamento depois é todo destruído. Quem vai nos ressarcir por isso?”, questiona Marcos. A exemplo de Ourilândia, uma logística foi montada, com alimentação e água, para manter a manifestação pelo tempo que for preciso. “Só saímos daqui com uma resposta do governo”, avisa Marcos Botelho.

Uma guarnição da Polícia Rodoviária Federal (PRF) está no local para tentar negociar com os manifestantes, que já adiantaram que não pretendem ceder e devem manter a pista fechada.  (Tina Santos)