Marabá está prestes a receber mais uma edição da Mostra Fotográfica Ver-a-Cidade — projeto que há 15 anos convida os moradores a enxergarem a cidade sob novos ângulos. A abertura da exposição acontece na próxima sexta-feira (25), a partir das 19 horas, na Galeria de Arte Vitória Barros, localizada na Avenida Itacaiunas, Bairro Novo Horizonte.
Este ano foram selecionadas 175 fotografias, de 71 inscritos. Como nas edições anteriores, cada participante pôde registrar até três imagens, o que reforça o sentido do projeto que inclui a participação de todos: do amador ao profissional.
Nos preparativos para mais uma mostra, o Correio de Carajás conversou com a historiadora Ana Maria Barros, colaboradora do projeto e presença no evento desde a primeira edição. “Nós estamos na expectativa. Esse é um projeto que dá aquela sensação de liberdade para as pessoas comuns participarem”, analisa Ana Maria.
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E essa liberdade vai além da simples captura de uma imagem. Segundo ela, o Ver-a-Cidade permite que a fotografia seja tratada como expressão artística, reflexo da sensibilidade de quem observa. “A fotografia não é uma simples foto, é o olhar dela sobre a cidade. Ela vai curiosamente buscar um ângulo que vai mostrar esse lado que pretende apresentar da cidade”, explica.
ALÉM DO QUE SE VÊ
Neste ano, o tema é “Marabá por trás das lentes”, uma provocação para que os participantes explorem aquilo que ainda não foi revelado — o invisível do cotidiano, os detalhes esquecidos, os cantos não fotografados. “Isso é para inspirar. Isso aguça a criatividade, a inventividade”, completa.
Mais do que uma exposição, o projeto que se tornou tradição na cidade também virou ferramenta educativa, como revela Ana Barros. “As escolas começam a trabalhar o projeto e criar a partir dele”.
Segundo ela, projetos escolares realizados a partir do Ver-a-Cidade se multiplicaram em trabalhos desenvolvidos por algumas escolas e professores. Para Ana Maria, a influência no ambiente educativo também se ampliou. “As crianças que estão sendo estimuladas para participar do projeto, cada ano me surpreendem”, revela a historiadora.

ABERTA PARA VISITAÇÕES
Além da mostra aberta ao público, que vai de 25 de abril a 27 de junho, o projeto recebe visitas agendadas de escolas e outras instituições. Este ano, seis coletivas escolares participarão. Todas as fotografias foram analisadas por uma comissão formada por colaboradores e artistas plásticos, musicistas e pintores, todos ligados à instituição.
Como de costume, haverá também um homenageado — mas o nome permanece em segredo.
Mais do que uma exposição de registros populares ou profissionais, o evento tem impactado de maneira positiva a forma de educar o olhar do marabaense, se tornando mais que um objeto, uma arte pelo olhar de cada um.
(Milla Andrade)