Correio de Carajás

Gaiola das Loucas: Atirador se apresenta e conta história mirabolante

O agente de trânsito Gabriel Henrique Cotta Palhares de Miranda, suspeito de atirar para o alto na zona de circuito do bloco “Gaiola das Loucas”, por fim, se apresentou à polícia. Ele prestou depoimento ao delegado William Crispim, no expediente da 21ª Seccional Urbana de Polícia Civil, no início da tarde de segunda-feira (2), após o horário de almoço.

O episódio aconteceu na noite da última terça-feira (25) e assustou foliões que aproveitavam o último dia de Carnaval na Avenida Tocantins, palco da festa.

Gabriel Henrique é servidor da Autarquia Municipal de Trânsito e Transporte Rodoviário de Itupiranga (AMTI) há quase três anos e tem residência no núcleo Cidade Nova, em Marabá, conforme apurado com a polícia.

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Gabriel apresentou na delegacia uma pistola registrada em seu nome, mas negou ter sido a mesma arma usada para efetuar os disparos, que foram filmados e disseminados nas redes sociais. A defesa do servidor público é, no mínimo, controversa.

HISTÓRIA DA CAROCHINHA

Gabriel conta que presenciou uma confusão e viu que alguém estava armado, foi quando tomou a arma de uma dessas pessoas e deu três tiros para o alto. A parte da confusão que foi filmada só mostra ele dando os disparos. Logo em seguida, a pessoa que está filmando abaixa o celular e são ouvidos mais sete tiros.

Para esta parte do vídeo, Gabriel conta uma versão ainda mais mirabolante. O suspeito diz que uma outra pessoa apareceu, tomou a arma das suas mãos e deu os outros disparos. Essa pessoa — que ninguém sabe quem é — foi embora com a pistola.

E AGORA?

Procurado pelo CORREIO, o delegado Vinícius Cardoso das Neves disse que o suspeito responderá pelos crimes de disparo de arma de fogo em via pública e porte ilegal de arma de fogo, pois ele possui posse e não porte. Ambos os delitos preveem penas que variam de dois a quatro anos de prisão para o réu primário, caso de Gabriel.

Por outro lado, o delegado Vinícius pediu a quem tiver encontrado alguma das cápsulas disparadas por Gabriel, que apresente para a Polícia Civil, a fim de que seja feita a micro-comparação balística com a arma apresentada pelo suspeito na DP.

A Reportagem apurou que, ao se apresentar, Gabriel foi liberado para responder em liberdade. Ele não pagou fiança por não ter sido preso em flagrante delito. (Vinícius Soares e Chagas Filho)