Correio de Carajás

Futebol do Pará é o grande vitorioso em noite de RE-PA

Torcida e time do Remo viveram momento mágico no Mangueirão/Fotos: Divulgação
Por: Chagas Filho

Que as torcidas de Remo e Paysandu são fantásticas, isso o paraense está cansado de saber. Mas um movimento interessante começa a ganhar contorno em nível nacional, que é o reconhecimento da magnitude do RE-PA por parte da chamada “grande mídia”.

Na noite de terça-feira (14), o Paysandu saiu derrotado pelo Remo (3×2) e já está rebaixado para a Série C. Mas a festa foi linda. Os adeptos de Remo e Paysandu mostraram para o mundo que torcer por um time é como um casamento: têm que estar juntos na alegria e na tristeza.

Num tempo de jogos com torcida única, o RE-PA com um Mangueirão dividido e mosaicos pra lá de especiais revelam que o Pará ainda carrega o charme do futebol raiz. E, se a torcida fez bonito, dentro de campo os jogadores também não decepcionaram.

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O Remo largou na frente com gols de Caio Vinícius e Pedro Castro. E quando tudo parecia perdido, o Paysandu ressurgiu das cinzas e empatou com Garcez e Wendel Júnior e quase conseguiu a virada. Foi por pouco.

Mesmo na lanterna, o Paysandu recebeu apoio de sua fiel torcida

Mas como os deuses do futebol já decidiram há tempos que o Paysandu será rebaixado, Diego Hernández acertou um chute improvável de trivela, no ângulo e decretou a vitória do Leão. Parecia um gol de final de campeonato. E era mesmo, afinal RE-PA é isso: um campeonato à parte.

O lado azul do Mangueirão explodiu em festa, enquanto pelo lado bicolor houve um estrondoso silêncio. O estádio abrigava as mesmas cores: azul e branco, mas em tons e sentimentos diferentes. Tudo registrado pelas câmeras do mundo todo, com direito a cobertura da ESPN/Disney Plus e narração de Rogério Vaughan, um dos melhores do País.

Chamou atenção da mídia esportiva, o fato de que o estádio estava lotado numa terça-feira, às 19h30. Ou seja, quase todo mundo saiu do trabalho e foi direto pro estádio gritar pelo seu time de coração.

Nesse momento, os dois times não têm quase nada em comum: o Paysandu deve aceitar que seu destino em 2026 é a Série C; já o Remo segue firme na luta pela Série A, que pode acontecer 32 anos depois de sua última passagem pela elite do futebol brasileiro.

A única coisa que Remo e Paysandu têm em comum é que, estejam onde estiverem, nunca estarão sozinhos. E o mundo todo sabe disso.

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