Correio de Carajás

Funcionários do transporte coletivo pedem socorro aos vereadores

Parte dos funcionários das empresas Nasson Tur Ltda. e TCA Transportes Coletivos de Anápolis Ltda., que prestam o serviço de transporte público em Marabá, procurou nesta manhã, terça-feira (21), a Câmara Municipal de Marabá em busca de apoio para que seja solucionada a questão salarial dos trabalhadores.

Por conta de frequentes atrasos nos pagamentos e nas cestas básicas, além do corte do plano de saúde, da categoria, Marabá está desde ontem, segunda-feira (20), sem circulação de ônibus. Essa é a segunda paralisação em menos de dois meses.

Gildo Gomes trabalha na Nasson há mais de cinco anos e diz que há muito tempo os funcionários estão sofrendo com a questão e com promessas não cumpridas. “Estamos aqui reivindicando apenas os atrasos, fora os outros direitos que não estamos colocando em pauta. Temos conta pra pagar, remédio para comprar para os filhos e está difícil porque não estamos recebendo”, desabafou.

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Ainda de acordo com ele, os responsáveis pelas empresas se negam a atender à classe, que acaba ficando sem respostas sobre a situação. “Isso nos deixa mais chateados ainda. Os próprios funcionários fecharam os portões, é o segundo dia e não vamos parar. Pedimos apoio da população que sabemos que também está sofrendo, mas pedimos a compreensão”.

Maricélia de Sousa afirma que começaram a faltar produtos necessários para a família. ”Começa a faltar as coisas e a gente fica desse jeito. Tem colegas que são sozinhas com crianças, pagam aluguel e quando amanhece o dia não tem como manter as necessidades dos filhos. Estamos trazendo nossa necessidade para o Poder Público, como está não dá pra ficar. São mais de 300 pais de família passando necessidade e aguentando essa humilhação”, reclamou.

Há três anos trabalhando no setor, Carlos Antônio Alves da Silva diz que para ele a situação só não está pior porque não vive sozinho. “Estamos indo para a terceira cesta atrasada e a empresa não escuta os funcionários. Se eu morasse sozinho estaria passando fome. Adoecer é proibido porque estamos sem plano de saúde há um ano, previsto em convenção”, diz, também argumentando que as empresas negam discutir o caso.

Uma comissão de vereadores atendeu aos trabalhadores e se comprometeu a agendar um encontro com o prefeito municipal, Sebastião Miranda, para debater o caso. “A paralisação dá efeito diretamente na população que não pode usar o transporte público. Ficou definido que aguardaremos a agenda do prefeito, para repassarmos a situação e que a empresa seja obrigada a fazer os pagamentos dos servidores e possa rever os serviços prestados ao município”, comentou a vereadora Priscila Veloso.

Ainda ontem o gerente das empresas, João Martins, declarou que os funcionários foram informados por aplicativo de troca de mensagens que haveria atraso salarial, acrescentando que eles receberam uma planilha com as datas em que ocorreriam os pagamentos atrasados, o que foi acordado com a entidade de classe. Afirmou, ainda, que é [apenas] uma minoria de trabalhadores que está paralisando as atividades. (Luciana Marschall – com informações de Josseli Carvalho)