Os três funcionários da Vale e os dois engenheiros da TÜV SÜD deixaram o presídio Nelson Hungria, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, na tarde desta quinta-feira (7). Eles estavam presos desde o dia 29 de janeiro por conta do rompimento da barragem número 1 da Mina do Feijão, em Brumadinho. Todos saíram com as cabeças cobertas por peças de roupa e entraram em carros que os esperavam na frente da cadeia.
Os alvarás de soltura foram recebidos pela Secretaria de Estado de Administração Prisional dois dias após decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ). De acordo com as investigações, os profissionais atestaram a segurança da barragem que se rompeu no dia 25 de janeiro.
No último sábado (2), os engenheiros da TÜV SÜD André Yassuda e Makoto Mamba, e os funcionários da Vale Cesar Augusto Paulino Grandchamp (geólogo), Ricardo de Oliveira (gerente de Meio Ambiente) e Rodrigo Artur Gomes de Melo (gerente executivo do Complexo Paraopeba da Vale) tiveram o pedido de liberdade negado liminarmente no tribunal mineiro. Eles então recorreram ao STJ, que mandou soltá-los na terça-feira (5).
Leia mais:No dia da prisão, em nota, a Vale afirmou que “está colaborando plenamente com as autoridades” e que continuará “contribuindo com as investigações para a apuração dos fatos, juntamente com o apoio incondicional às famílias atingidas”. Também por meio de nota, a TÜV SÜD Brasil, responsável pelas análises de segurança da barragem, informou que “não irá se pronunciar neste momento e fornece todas as informações solicitadas pelas autoridades”.
E-mails trocados entre profissionais da Vale e de duas empresas ligadas à segurança da estrutura, identificados pela Polícia Federal, indicam que a mineradora já havia percebido problemas nos dados de sensores responsáveis por monitorar a barragem, dois dias antes do rompimento. A TV Globo teve acesso aos depoimentos prestados por André Jum Yassuda e Makoto Namba, engenheiros da empresa alemã TÜV SÜD e responsáveis por laudos de estabilidade da barragem. Em depoimento, Namba disse ter se sentido pressionado a assinar a declaração que atestava a estabilidade da estrutura.
Até o momento, 150 mortes foram confirmadas na tragédia de Brumadinho. Outras 182 pessoas continuam desaparecidas.
(Fonte:G1)