Fumaça dos enormes incêndios na Austrália vai, em breve, dar uma volta ao redor da Terra antes de retornar ao país, diz a Nasa, a agência espacial americana. Chamas gigantes têm devastado a costa leste australiana há meses, empurrando fumaça para o oceano Pacífico. A Nasa diz que a fuligem gerada por volta do dia de Ano Novo cruzou a América do Sul, tornando o céu de algumas regiões turvo. A expectativa é que essa fumaça continue o seu deslocamento até “completar uma volta completa pelo planeta”, diz a Nasa.
Centenas de incêndios nos últimos meses na Austrália mataram pelo menos 28 pessoas e destruíram mais de 2 mil casas. Acredita-se que 800 milhões de animais tenham morrido e que cerca de 10 milhões de hectares tenham sido atingidos desde o início da temporada de queimadas, em junho de 2019 A escala sem precedentes e a intensidade desses incêndios são resultado das mudanças climáticas, dizem especialistas.
Como a fumaça viajou ao redor do mundo?
A Nasa diz que as chamas mais recentes foram tão grandes que produziram um “número incomum” de pyrocumulonimbus — tempestades geradas pelo fogo. Essas causaram o envio de fumaça para a estratosfera, com algumas sendo detectadas a uma altura de 17,7 km.
Leia mais:“Uma vez na estratosfera, a fumaça pode viajar por milhares de quilômetros, afetando globalmente as condições atmosféricas”, explica a Nasa. A agência espacial diz que está estudando os efeitos da fumaça que alcança essa altitude e se ela provoca um efeito de “aquecimento ou esfriamento atmosférico”.
Qual tem sido o impacto da fumaça mais perto do solo?
A Nasa percebeu que a fumaça mudou a cor dos céu em áreas da América do Sul e afetou dramaticamente a Nova Zelândia, onde tem provocado “problemas severos de qualidade do ar” e “neves escuras nos topos das montanhas”.
Cidades grandes da Austrália, como Sydney, Melbourne, Canberra e Adelaide, também vivenciaram níveis perigosos de qualidade do ar devido à fumaça dos incêndios. Nesta terça (14), moradores de Melbourne enfrentaram um segundo dia consecutivo de níveis perigosos de poluição atmosférica, o que levantou preocupações relacionadas à saúde pública. Mais de 100 focos de incêndio continuam a queimar no leste do país, embora temperaturas mais frescas e as chuvas tenham ajudado os esforços dos bombeiros. (G1)