Na manhã desta quarta-feira (7), a Polícia Civil do Pará, em conjunto com a do Paraná, cumpriu seis mandados de prisão temporária em Marabá no âmbito da “Operação Pirata Virtual”, que mira uma organização criminosa responsável por hackear contas bancárias de desconhecidos para quitar boletos de taxas públicas e impostos de outras pessoas.
Por meio de grupos de colecionadores ou de compra e venda de veículos, os estelionatários procuravam pessoas oferecendo um desconto compreendido entre 50% e 70% no valor do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA). O pagamento do débito era realizado por meio da invasão de contas bancárias de terceiros.
De acordo com a delegada Rafaella Cabral, em coletiva de imprensa na 21ª Seccional Urbana de Polícia Civil, os proprietários de veículos de luxo, não querendo pagar a integralidade do valor do boleto, procuravam os estelionatários para reduzir o valor de 50% a 70%.
Leia mais:“Com a porcentagem cobrada pelo pagamento, os criminosos precisavam de pessoas para o branqueamento do capital, isto é, a lavagem do dinheiro. Três homens e três mulheres foram presos em Marabá por associação criminosa e furto qualificado mediante fraude”, revelou Rafaella.
Para dar ainda mais credibilidade à prática criminosa, apontam as investigações, os alvos cobravam dos proprietários o valor referente à quitação do débito somente após baixa no sistema, comprovando o pagamento.
Ao longo da investigação, que durou cerca de oito meses, a Polícia Civil descobriu que diversos angariadores atuavam no Paraná associados a suspeitos do Pará, para onde a maior parte do dinheiro arrecadado era encaminhado.
Também há a suspeita de participação de despachantes no esquema. Apesar de não haver indícios de que ofereciam o benefício aos seus clientes, ele se aproveitavam dos serviços prestados de pagamento de IPVA para concluir a fraude.
Foram analisados 27 IPVAs quitados por duas contas distintas, sendo uma do Rio Grande do Norte e outra da Bahia, nos anos de 2017 e 2019, totalizando R$ 87,9 mil. As investigações continuam, garante a Polícia Civil. (Da Redação)