Correio de Carajás

França já descobriu 182 mil passaportes falsos de Covid

Pena para uso e venda de falsificações chega a 5 anos de prisão e multa de 75 mil euros. Documento é obrigatório para entrar em restaurantes, museus e cinemas e no transporte público.

A França anunciou que 182 mil passaportes sanitários falsos já foram identificados pelas autoridades desde que o documento passou a ser exigido para o acesso em locais fechados, em junho.

O ministro do Interior da França, Gérald Darmanin, destacou que o uso, fabricação ou venda de passaportes médicos falsificados pode resultar em até cinco anos de prisão e multa de até 75 mil euros (o equivalente a cerca de R$ 485 mil).

“O problema dos passaportes sanitários é que, muitas vezes, são feitos em cumplicidade com médicos ou enfermeiras reais”, afirmou o ministro. Darmanin disse, no entanto, que esse envolvimento “é muito difícil de provar”.

Leia mais:

 

Para entrar em lugares como cinemas, restaurantes, museus e transportes públicos na França, é obrigatório desde o verão europeu apresentar um comprovante de vacinação contra a Covid-19, de recuperação da doença ou um teste negativo recente.

Na sexta-feira (17), o primeiro-ministro francês, Jean Castex, endureceu as regras e anunciou que o passaporte sanitário se tornará um “passaporte de vacinação” no início de 2022 e um teste negativo para Covid-19 não servirá mais.

Assim, a partir de janeiro será necessário demonstrar que a pessoa tem o esquema vacinal completo e tomou a dose de reforço. Castex não mencionou se um atestado de recuperação da doença seguirá sendo válido.

Covid-19 na França

 

Quase 78% da população francesa tomou ao menos uma dose das vacinas contra a Covid-19 disponíveis e 72% estão completamente vacinadas (patamar um pouco superior ao do Brasil).

Mas, como em muitos países europeus, uma boa parcela da população se nega a receber o imunizante e recorre a meios ilícitos para “comprovar” imunidade contra o coronavírus.

 

Jovens com máscaras para se proteger da Covid-19 caminham em frente à Torre Eiffel, em Paris, na França, em 21 de dezembro de 2021 — Foto: Michel Euler/AP
Jovens com máscaras para se proteger da Covid-19 caminham em frente à Torre Eiffel, em Paris, na França, em 21 de dezembro de 2021 — Foto: Michel Euler/AP

O país enfrenta uma nova onda de contágios provocada pela variante ômicron, que avança com rapidez a poucos dias do Natal, e quase 20% dos casos já são da nova cepa, que é muito contagiosa (eram 10% na semana anterior).

A taxa de incidência da Covid-19 alcançou um recorde no país, com 545 casos por semana a cada 100 mil habitantes (e quase o dobro disso em Paris).

Diante da explosão de contágio, o ministro da Saúde francês, Olivier Veran, afirmou nesta quarta-feira (22) que o país pode registrar em breve 100 mil novos infectados por dia.

Sem restrições por enquanto

 

O ministro, no entanto, afirmou que o governo não planeja introduzir novas restrições por enquanto, mas sim apostar no reforço da vacinação (ele espera a aplicação de até 23 milhões de doses até o Natal).

“O objetivo não é reduzir a velocidade de propagação do vírus, porque a variante é muito contagiosa. O objetivo é limitar o risco de casos graves que sobrecarregam os hospitais”, disse Veran. “É por isso que estamos agindo rapidamente em doses de reforço”.

 

Já a ministra do Trabalho francesa, Élisabeth Borne, pediu às empresas que “acelerem” a volta ao trabalho remoto devido à alta de casos e que elas se preparem para ampliar a medida após as festas de fim de ano, adotando-a de 3 a 4 dias por semana.

(Fonte:G1)