Com muitos raios e trovões, a chuva forte que começou a cair na noite de ontem, quarta-feira (7), em Marabá, se intensificou na madrugada de hoje, quinta (8), trazendo complicações e prejuízos para os moradores. Até ontem, quarta-feira (7), segundo o Clima Tempo, a cidade já havia atingido 40% da média mensal de volume de chuva. A previsão era que chovesse 1,2 mm durante a noite.
Por conta das fortes pancadas, alguns pontos do Núcleo Cidade Nova apresentaram alagamento, com a água invadindo residências, como no caso de Naíde, que entrou em contato com o Grupo Correio por mensagem informando ter passado a noite em claro, tentando salvar objetos da residência.
Moradora da Rua Coronel Pinto de Areia, no Bairro do Aeroporto, ela diz que anualmente sofre com as chuvas e que ninguém resolve o problema. “Todo ano passo por isso e esse prefeito é esquecido de vir arrumar essa rua, na hora de pedir voto eles sabem vir. Acordei com as coisas dentro da água, minha geladeira, estou muito triste. Nunca arrumam essa rua, todo ano nossos móveis se acabam. Prefeitura nunca vem resolver”.
Outro ponto foi um trecho da Avenida Manais e na Avenida Boa Esperança moradores relataram terem ficado apreensivos com a quantidade de água que desceu a rua e ameaçou invadir casas. Procurada pelo Portal Correio de Carajás, a Prefeitura Municipal de Marabá informou ter identificado dois pontos de alagamento, a Avenida Manaus e às margens da Grota do Aeroporto. Sobre a Boa Esperança, informou não considerar alagamento porque a água baixou rapidamente.
Em relação à Manaus, a assessoria informou que o alagamento foi de baixa intensidade se comparado a outras chuvas e a respeito da área da grota explicou que ainda não há qualquer intervenção técnica da prefeitura no local em função do projeto não ter sido iniciado por problemas relativos à gestão anterior e governo federal.
LIXO
“Ainda assim o SSAM (Serviço de Saneamento Ambiental) já tem equipes pela cidade fazendo a limpeza preventiva de bueiros e grotas desde abril de 2018, com manutenção constante em todos os lugares”.
Por fim, destacou que o lixo jogado nas ruas é um problema que contribui gravemente com a situação. “A prefeitura solicita a todos os moradores que não joguem lixo residencial dentro das grotas, isso prejudica a passagem da água e logicamente faz com que haja a inundação de casas e ruas. Temos hoje 300 profissionais executando limpeza constante da cidade além de 18 carros coletores, além de caminhões para transporte de contêiner de lixo e limpa-fossa que estão sendo utilizados na desobstrução de tubulações”.
Por fim, afirmou ter identificado também que pontos que geralmente eram alagados em função da chuva, desta vez, a drenagem se comportou de forma normal evitando a subida do nível da água.
ENERGIA
Outro problema relatado em vários pontos da cidade foi a falta de energia ao longo da madrugada. Muitas residências amanheceram ainda com a distribuição em meia fase. Ao longo da manhã várias equipes da empresa Centrais Elétricas do Pará (Celpa) eram vistas realizando manutenção em diferentes ruas. Semáforos também amanheceram desligados, o que complicou o trânsito em algumas vias.
Também procurada, a assessoria de comunicação da Celpa informou que as equipes da concessionária continuam em atuação para restabelecer totalmente o fornecimento de energia em alguns pontos da cidade.
“Devido à forte chuva e ventania na noite desta quarta-feira (07), dois alimentadores saíram, deixando parte da Cidade Nova e da Nova Marabá sem energia. O serviço foi restabelecido ainda na noite de ontem, porém alguns pontos ainda continuam com oscilações e as equipes estão atuando nos atendimento”, diz a nota.
A empresa afirma lamentar os transtornos causados e orienta o cliente a informar as faltas de energia por meio da Central de Atendimento 0800 091 01 96, disponível 24 horas por dia e todos os dias da semana ou pelo site www.celpa.com.br.
PREVISÃO
O Clima Tempo já havia alertado no início da semana sobre tempo mais instável na Região Norte do Brasil, a partir do aumento da circulação de ventos sobre o país, o que aumentou a umidade até mesmo no norte do Pará e no Amapá, fazendo com que a chuva retornasse após várias semanas.
A tendência para a semana, acrescenta o serviço, é de que cresçam essas áreas de instabilidade na Região Norte do país, com os maiores volumes de chuvas no sul do Pará, além de Tocantins, sul do Amazonas, Acre e Rondônia.
Editado às 17h15 de 08/11 para inclusão do posicionamento da Celpa.
(Luciana Marschall)