O professor de escolinha de futebol de Marabá, Erismar Nunes Noronha, conhecido como “Índio”, foi preso por volta de 12h20 desta terça-feira, 29 de junho, em Manaus-AM.
Segundo apuração do Ministério Público e da Delegacia Especializada no Atendimento à Criança e ao Adolescente, Erismar era o professor responsável pela Escolinha de Futebol “Camisa 10”, localizada em Marabá, onde também atuava Ubiratan Ramos de Carvalho, o Byra Ramos, outro que está preso desde 2016 e que foi condenado em 2018 a 28 anos de prisão pelo mesmo crime.
Erismar teria abusado sexualmente de inúmeros adolescentes, que procuravam o Camisa 10 com o sonho de mudar de vida por meio do esporte. O preso, segundo a polícia e o MPE, valendo-se da fragilidade dos menores, aliciava e estuprava vários deles.
Leia mais:As investigações iniciaram, no mês de maio deste ano, quando a mãe de uma criança, com apenas 10 anos de idade, flagrou no celular do filho um vídeo íntimo enviado para Erismar, mediante solicitação deste. O vídeo acabou chegando ao MP, que solicitou à Delegacia da Criança e Adolescente que investigasse a fundo o caso.
Após tomar conhecimento das investigações, Erismar Noronha fugiu de Marabá, e inicialmente as autoridades receberam informações de que ele estaria no Maranhão. Após intenso trabalho investigativo, foi localizado na cidade de Manaus/AM, onde foi preso hoje, e deverá ser recambiado para o presídio de Marabá, onde o colega Bira Ramos cumpre pena.
A prisão preventiva de Erismar foi determinada pela juíza Renata Guerreiro Milhomem de Souza, titular da 1ª Vara Criminal de Marabá. A investigação foi realizada pelas Promotorias de Justiça da Infância e Criminal (tendo à frente os promotores Alexssandra Muniz Mardegan e Samuel Furtado Sobral), em parceria com a Delegacia Especializada no Atendimento à Criança e ao Adolescente, tendo à frente a DPC Elaine Carla de Lima.
Também tiveram participação determinante na prisão a Polícia Civil de Manaus e o NAI (Núcleo Avançado de Investigação) da PC de Marabá.
As denúncias contra Erismar não são novas. Desde 2009, ele responde a um processo, sob a acusação de que gravou, por meio de uma câmera, cena de sexo explícito, sexo oral e masturbação, envolvendo um adolescente, do qual era professor no Camisa 10, usando como artifícios o fato de que o rapaz viajaria com ele, Erismar, para São Paulo/SP, onde faria testes para atuar em grandes times de futebol.
O juiz do caso, na época, o absolveu da acusação, acolhendo a tese de negativa de autoria, mas o Ministério Público Estadual apelou ao Tribunal de Justiça do Estado, pois havia declaração de testemunhas, o que resultou em grande transtorno e sofrimento para a família e para o jovem em função do estupro de vulnerável.
Em 2011, na cidade de Axixá-TO, Erismar Nunes Noronha já havia sido acusado e condenado pelo crime de estupro de vulnerável, em que fora vítima um deficiente mental de quinze anos de idade.
Por conta disso, Índio foi condenado pelo juiz Océlio Nobre da Silva à pena de oito anos de reclusão.
A Reportagem do CORREIO entrou em contato com a promotora Alexssandra Mardegan no início da tarde desta terça-feira, e esta ressaltou que há informações de que existem outros casos em algumas escolinhas de futebol Marabá e que a Promotoria da Infância incentiva e apela para que os pais acreditem em seus filhos e denunciem possíveis agressores. (Ulisses Pompeu, com informações da Polícia Civil de Marabá)