Correio de Carajás

Folha 20: Moradores cobram obra da grota

Pessoas que vivem às margens da Grota Criminosa, na Folha 20, Nova Marabá, cobram o cumprimento de uma promessa feita pela gestão pública municipal no ano passado. No local, que sempre apresentou enchentes nos períodos chuvosos pela falta de capacidade da galeria de escoar a água da chuva, foi feita uma obra paliativa. No final do ano, a Prefeitura Municipal de Marabá decidiu retirar 200 metros de galerias e deixar um valão a céu aberto. Aos moradores, no entanto, foi prometido à época que uma obra definitiva seria iniciada assim que começassem o período de verão, o que até agora não ocorreu.

“Minha companheira residia aqui nas proximidades, mas em virtude da ação que fizeram infelizmente ela teve que se mudar. Os moradores querem denunciar essa situação e solicitar das autoridades competentes uma resposta para essa situação porque o comprometimento com os moradores era de que seria uma solução temporária e tão logo iniciasse o verão eles (prefeitura) estariam tomando as medidas necessárias para solucionar de vez”, afirma Eric Belém de Oliveira.

Eric: Os moradores querem solicitar das autoridades competentes uma resposta

Ainda conforme ele, neste período a situação já está caótica e a comunidade tem medo de reviver as mesmas cenas de anos quando o inverno chegar. “Observamos lama aqui que prolifera doenças, as residências tiveram muros derrubados e sabemos que no período do inverno haverá vários bens sendo perdidos e a proliferação de doenças, colocando em risco a saúde e a integridade física das pessoas”.

Leia mais:

Ele destaca que várias pequenas obras vêm sendo feitas em outros bairros, importantes, mas de menor urgência. “Percebemos medidas paliativas em outros bairros e estrategicamente aquilo que deveria estar sendo feito em locais pontuais a gente percebe que não está tendo o mesmo compromisso”.

Aldeice Santos vive ainda mais aflita que os vizinhos, isso porque ela e a filha têm dificuldades de deixarem a residência em que vivem quando a enchente começa. “Tenho medo de chuva porque sempre alaga, sou deficiente e tenho uma filha que é portadora de necessidades especiais. O sufoco é grande e a água chega até o pescoço. É difícil tirar ela e levar pra pista porque ela tem dificuldade de andar eu também tenho, ando de muletas. Quando lembramos que vai começar a chuva chega a dar um calafrio”, desabafa.

Antonio de Oliveira mora há 32 anos no local e conta que os próprios moradores procuraram a administração municipal solicitando que fossem retiradas as manilhas do local para escoamento mais veloz da água, mas que a ideia era ser construída a galeria. “Tiraram e disseram que no comecinho de maio este seria o primeiro serviço e até agora anda. Fazem em todos os bairros e aqui até agora nada. Perdemos até o medo de enchente porque é toda a vida assim, é só esperar que vem”, comenta.

Ele acrescenta que, caso não se faça neste período a galeria, o município deveria ao menos limpar o local – que está coberto de mato – e afundar um pouco mais a vala aberta. “Sabemos que podem fazer e não fazem porque não têm interesse”. Maria José Ferreira Lima sequer está morando em sua casa, que apresenta rachaduras e sofreu desmoronamento.

“Tá tudo desmoronado, a casa está toda fechada, não tô ganhando meus aluguéis, tá toda rachada, tá tudo isolado”, disse, também destacando a preocupação com as enchentes. “Quando vem todo mundo fica alagado, sem ter pra onde ir, sem poder alugar as casa que é o ganha pão e sem vender porque aqui ninguém quer morar”.

Marlene Oliveira de Souza está na mesma situação. “Tive que sair da casa porque não tem como morar. A água chega ao peito e não tem como morar. A gente precisa ter onde morar e não tem como, minha casa está abandonada. Tudo o que a gente tem a gente aplicou aqui e ninguém comunica como vai ficar. Não ouve falar nada sobre, abriram a grota e pronto”. (Luciana Marschall com informações de Josseli Carvalho)

SAIBA MAIS

O Jornal Correio procurou a assessoria de comunicação da Prefeitura Municipal de Marabá para questionar acerca da situação do local e possíveis prazos para uma solução definitiva. A administração municipal informou que o caso está em fase de verificação para ser definida qual a melhor solução para resolver o problema.