Correio de Carajás

Flagelados da enchente em Marabá começam a receber 400 cestas básicas

As cestas básicas estão sendo entregues nos seis abrigos da Defesa Civil Municipal ao longo desta semana (Foto: Josseli Carvalho)

Na manhã desta terça-feira, 24, a Defesa Civil Municipal iniciou a entrega das cestas básicas para as famílias atingidas pelas cheias dos Rios Tocantins e Itacaiunas, que estão alojadas nos abrigos. Para hoje, serão entregues 400 cestas nos abrigos das Folhas 32 e 14, Núcleo Nova Marabá, e Ginásio da Obra Kolping e Campo do Tatuzão, no Núcleo Cidade Nova.

Segundo o coordenador da Defesa Civil, Jairo Milhomem, há seis abrigos espalhados pela cidade e todos devem receber cestas básicas ao longo desta semana. “Estamos agora nessa etapa do plano de contingência da enchente, que é a entrega de alimentos que viemos recebendo como doações para as famílias”, diz Jairo.

400 cestas básicas estão sendo entregues nesta terça-feira, dia 24 (Foto: Josseli Carvalho)

Atualmente, nos abrigos, segundo Jairo, há mais de 70 famílias no Galpão da Folha 32; na entrada da Marabá Pioneira há 60; na Obra Kolping há entre 50 e 60 famílias; no Campo do Tatuzão há 102; e a maior aglomeração está no Bairro Santa Rosa, com mais de 200 famílias. “Sabemos que há muito mais famílias, através dos cadastros, mas nem todas estão aqui nos abrigos”, justifica Jairo.

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Mas as cestas básicas não são tudo, sendo que muitos flagelados ainda fizeram pedido por roupas, por exemplo. Walteir Araújo conseguiu sair dos abrigos alagados no Bairro Santa Rosa e está no Galpão da Folha 32. Todavia, diz que as cestas básicas são apenas parte das necessidades de quem está nos abrigos.

Apesar da entrega das cestas, as famílias ainda necessitam de doações de roupas e calçados (Foto: Josseli Carvalho

“Há seis dias que estou aqui e, apesar das cestas básicas chegarem, ainda precisamos de reparos nos banheiros do abrigo, além de muitas roupas, pois as últimas que trouxeram para doação acabaram rapidamente. Também necessitamos da visita das equipes da saúde, pois algumas pessoas estão precisando de atendimento médico”, cobra Walteir.

Para Luiz Carlos da Silva, que está no abrigo há mais de dez dias, as necessidades contam também com os móveis e eletrodomésticos que foram perdidos com a enchente. “Trouxeram roupa, calçados, mas não deu para todos. Eu perdi meu colchão na mudança, isso é algo que sinto falta”, desabafa Luiz Carlos.

DIMINUINDO?

Na manhã de hoje, 24, a régua pluviométrica localizada no Rio Tocantins, em Marabá, marcava 12 metros e 24 centímetros acima do nível normal, o que representa cerca de 40 centímetros a menos do que segunda-feira, 23. Mesmo assim, nenhuma família está autorizada a retornar para as casas, que emergiram com a diminuição da água, por medidas de segurança. (Zeus Bandeira e Josseli Carvalho)