O Rio Tocantins ainda não atingiu a cota de alerta da Defesa Civil de Marabá, que é de 10 metros. Contudo, muitas famílias já estão desabrigadas e começam a ocupar a Praça Paulo Marabá, na entrada da Velha Marabá. Fora as tantas outras que já foram para casa de parentes.
A reportagem do CORREIO esteve no início da tarde desta quinta-feira, 16, e conversou com alguns flagelados que estão no local.
A grande maioria, moradores da Rua São Pedro, no Bairro Santa Rosa, um dos primeiros pontos atingidos pela água, está receosa de voltar pra casa.
Leia mais:“A Defesa Civil veio aqui perguntar se a gente queria sair daqui e voltar pra casa. Eles não têm um pingo de vergonha na cara e consideração pelos outros. Se nós viemos pra cá foi porque nas nossas casas não tinha condições de ficar”, reclama Valdeana Borges dos Santos, com a filha de dois meses nos braços.
Ela conta que até agora a Defesa Civil não falou nada com eles a respeito da construção dos abrigos, e por enquanto continuam debaixo da lona que eles mesmos compraram.
“Nós trouxemos as coisas pra cá. Eles não ajudaram em nada. Não deram nem a lona. Aqui não tem nem água pra tomar banho, estamos sem banheiro químico”, elenca a flagelada.
Com várias famílias desabrigadas, a Pracinha começa a ser tomada por pessoas que temem a subida do rio. Na manhã desta quinta-feira, 16, a régua fluviométrica do Rio Tocantins marcou 9,62 metros. Porém, de acordo com a previsão da Eletronorte, esse número pode subir para 9,76 metros até o próximo sábado, 18.
O CORREIO entrou em contato com Marcos Andrade, coordenador da Defesa Civil, que enviou um vídeo mostrando a equipe da Prefeitura de Marabá começando a movimentação para a construção de 14 abrigos.
“Só lembrando, essas famílias não foram atingidas pelos rios Tocantins e Itacaiunas, foi pela chuva”, diz, referindo-se a forte chuva que caiu sobre a cidade na madrugada de quarta-feira.
Segundo Andrade, o município entra em estado de alerta com 9,45 metros e decreta emergência quando o Rio Tocantins bate os 10 metros. (Da Redação)