Fidel Castro não nasceu na província cubana de Oriente, e sim no remoto município de Tracuateua, no nordeste do Pará. Parece loucura? Pode até ser. O fato é que essa tese circula de boca em boca no interior do estado há pelo menos 40 anos.
Em 2006, o boato ganhou repercussão internacional. Reportagens foram publicadas em jornais e revistas na Espanha, no Chile e na Venezuela. E uma rádio de Miami também já divulgou a história.
Segundo o pesquisador Edílson Oliveira (que, embora sem diploma de historiador, passou os últimos 15 anos investigando a história), o pai de Fidel chegou ao Pará na década de 20 meio sem querer — o navio em que viajava deu pane. Acabou em Tracuateua, onde conheceu Delfina Smith, uma descendente de alemães.
Leia mais:Os dois se apaixonaram e tiveram um filho, Fidel. Depois de alguns anos vivendo no interior do Pará, a família teria se mudado para Iquitos, na Amazônia peruana, e, de lá, alguns anos mais tarde, para Cuba.
A história não tem provas documentais: o cartório onde Fidel teria sido registrado foi destruído por um incêndio e cartas que ele teria mandado do Peru para Tracuateua sumiram. A única sustentação da teoria são os relatos de Dagoberto Smith, irmão de Delfina. Aliás, segundo as biografias, o nome da mãe de Fidel é Lina Ruz. Mesmo assim, Edílson Oliveira quer um exame dos DNAs de Dagoberto e de Fidel. “Aposto com quem quiser: Fidel é paraense”, diz.
A historiadora Claudia Furiati, autora de Fidel Castro: Uma Biografia Consentida, também aposta — mas que o fato não é verdade. Segundo ela, não há indícios de que Angel Castro, pai de Fidel, tenha estado no Brasil no século 20.
“Existe um intervalo de quase 20 anos sem registros da presença dele na Espanha ou em Cuba. Mas esse hiato termina em 1899, bem antes do nascimento de Fidel”, afirma. “Os irmãos mais velhos de Fidel, Angelita e Ramón, conviveram bastante com o pai e ouviram muitas histórias que ele contava. Mas nunca falaram a respeito de uma passagem de Angel por outro país da América”, afirma. (Aventuras na História)