Membros da Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar ocupam nesta terça-feira (2) a Prefeitura Municipal de Parauapebas aguardando serem atendidos pelo prefeito, Darci Lermen, para discutirem pauta que engloba regularização de áreas e atendimento em infraestrutura.
Uma tenda foi armada em frente ao prédio e os manifestantes se espalham em torno do órgão, nos corredores, escadas e saguões. Conforme o coordenador estadual do movimento, Aldízio Freire dos Santos, mais de 2 mil pessoas vivem nas áreas não regularizadas em Parauapebas, investindo e produzindo sem a garantia de que permanecerão nos lotes.
“A gente já vive há cinco anos dentro de algumas áreas, plantando, colhendo, fazendo investimentos…, mas até agora não temos garantia que essas áreas são nossas. Aí a gente fica com o pé atrás, como a gente vai construir a nossa casa sem ter uma garantia que aquilo é nosso?”, questiona.
Leia mais:Ao Correio de Carajás ele apresentou uma lista com cinco áreas pertencentes ao município, três à mineradora Vale e duas a outras pessoas. Em relação às da mineradora, por exemplo, há indicação de que a empresa quer negociá-las, mas até o momento nenhum órgão público chamou para si a responsabilidade
“A empresa Vale diz que alguém tem que pagar essas áreas para ela. O Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) não requer essa área, então passou pra prefeitura. Estamos aqui para que a Prefeitura possa requerer essas áreas como de interesse público e destinar pra essas família que lá vivem produzindo produção de qualidade”, defende.
Até à tarde, quando a Reportagem esteve no local, os manifestantes haviam sido “recepcionados” apenas por mensagem de texto via WhatsApp. “Temos uma conversa que o nosso gestor vai receber a gente agora à tarde e a gente está aguardando. Nós não estamos aqui com vandalismo, estamos correndo atrás de resposta pra cada família que vive numa área e que não tem, ainda, a garantia que é dela”, sustenta.
Um dos problemas enfrentados pelas famílias é a impossibilidade de acesso aos créditos de fomento para investimentos em agricultura, por não haver registro das áreas. Além disso, sofrem com falta de estrutura básica, como água, energia, transporte, escolas e postos de saúde.
O Portal entrou em contato com a assessoria de comunicação da Prefeitura Municipal de Parauapebas que emitiu posicionamento afirmando que o órgão mantém diálogo aberto com as lideranças. “A gestão municipal reafirma seu compromisso com a qualidade de vida da população rural e busca o entendimento das necessidades desta comunidade”. Não foram divulgadas informações sobre agendamento de reunião entre as partes. (Luciana Marschall e Ítalo Almeida)