O VII Festival Beleza Amazônica, realizado pelo projeto Rios de Encontro enraizado na comunidade Cabelo Seco, encerra sua terceira semana de programação com uma sessão especial de cinema comunitário, lançamento do segundo jardim medicinal e duas apresentações solidárias de seu Coletivo AfroRaiz. Desde o dia 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, o festival realizou ensaios abertos e apresentações do espetáculo Conhecendo a África, dedicadas aos 21 Dias de Ativismo promovidos pelo Fundo “Fale Sem Medo”, do Fundo Elas, Instituto Avon e ONU Mulheres sobre o fim da violência de gênero, em particular contra mulheres adolescentes negras.
“Este processo de alfabetização cultural valorizou o protagonismo feminino afro-raiz em colaboração com a Escola Irmã Theodora”, disse Manoela Souza, gestora cultural do festival. “Essa segunda fase é dedicada à saúde integral, com a distribuição de mudas de plantas medicinais e a celebração de energias vitais com jovens artistas de dança e violão”, reforçou.
“A segunda dimensão do festival de 2018 Bem Viver AfroRaiz foi iniciada na semana passada”, informou Elisa Neves (21 anos), coordenadora do projeto Salus. “Produzimos e distribuímos mais de 100 mudas de plantas tradicionais, gratuitas, na comunidade, para incentivar moradoras com saúde precária, resgatarem seus quintais de cultura de sabedoria medicinal, e largarem remédios químicos que geram somente dependência e fraqueza.”
Nesta quinta-feira (13), às 19 horas, durante o Cine Coruja Especial, vídeos sobre o projeto Salus vão antecipar o filme surpresa da África. Na sexta, dia 14, as 20h30, numa noite cultural no final do encontro estadual do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), o Salus vai distribuir mudas como parte da celebração da coragem e persistência do MAB na defesa da maior tecnologia de vida sustentável no mundo, a Amazônia.
No sábado dia 15, às 16h, o projeto Salus inaugurará seu segundo jardim medicinal comunitário, no PAC, território de tanto descaso por parte do poder público, também conhecido como a “zona vermelha”, devido a ocorrência de confrontos entre traficantes e assassinatos de inocentes.
“O jardim será cuidado pelas moradoras do PAC. Assim, se tornará um lar de cicatrização, cidadania e, eventualmente, produção de renda comunitária. Vamos encerrar o festival com dança, percussão e violão, as 19h, no PAC, depois do lançamento do jardim”, ressalta.
“Este ano, priorizamos o PAC para se solidarizar com famílias dos jovens assassinados e valorizar a busca de bem viver de cada família. Na nossa experiência, as artes, não as armas, transformam zonas vermelhas em ruas de paz, confiança e comunidade”, reitera. Maiores informações com Manoela Souza, via whatsApp, pelo número (91) 98847-8021. (Da Redação, com informações do projeto Rios de Encontro)