O Festejo Junino e o Círio de Nazaré foram declarados Patrimônio Cultural Imaterial do município de Marabá, em sessão da Câmara de Vereadores na manhã desta quarta-feira, 11. Foram dois projetos de lei diferentes, de autoria do presidente da Câmara, vereador Pedro Corrêa.
Os eventos tradicionais, realizados anualmente, retomam sua programação normal em 2022, após pausa ocasionada pelas restrições sanitárias da pandemia de covid-19.
Os bens culturais marabaenses carregam em sua tradição a identidade e a memória do povo. Daí vem a importância de as suas celebrações se tornarem Patrimônio Cultural Imaterial da cidade, contribuindo para a perpetuação da identidade histórica desta cultura.
Leia mais:Há dois anos sem poder ser realizado com toda a sua estrutura e público, o Festejo Junino está sendo preparado para retornar sua tradicional festividade nos dias 17 a 25 de junho. Em 2019, quando aconteceu a 34ª edição do Festejo, em torno de 80 mil pessoas se encantaram e se divertiram nas oito noites de evento.
Um momento importante para a cultura marabaense, a festa junina proporciona noites coloridas e musicais, com disputas entre quadrilhas juninas (categorias adulto e mirim), grupos de boi-bumbá e participação de cantores locais.
A ampla infraestrutura é montada em quadras de esporte na Orla Sebastião Miranda, no bairro Santa Rosa, na Marabá Pioneira, composta por palco, arquibancada e praça de alimentação. No calendário das festas típicas, essa é uma das mais aguardadas pelos moradores de Marabá. Em suas edições, os dias de festejo costumam reunir milhares de pessoas animadas em participar de suas brincadeiras e atrações.
O Círio de Nazaré, outra festividade declarada Patrimônio Histórico e Imaterial pelos vereadores da cidade, também é conhecido como “A Festa da Fé”. Uma celebração muito importante e querida pelos católicos, que há quatro décadas lota as ruas de Marabá com orações, homenagens e promessas que os devotos fazem à Nossa Senhora e pagam durante a procissão.
A caminhada é realizada no terceiro domingo de outubro, e inicia com uma missa na Catedral Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, localizada na Praça Duque de Caxias, na Marabá Pioneira e finaliza (novamente com uma missa) no Santuário Nossa Senhora de Nazaré, na Folha 16, Nova Marabá.
A celebração à Nossa Senhora de Nazaré foi afetada pela pandemia, tendo sido realizada de forma não convencional nos últimos dois anos, sendo substituída pela romaria rodoviária e transmitida por vídeo ao vivo para aqueles fiéis que ficaram em casa.
Ao longo do mês de outubro, dentre outros eventos, a programação do Círio inclui a peregrinação da imagem de Nossa Senhora pelas paróquias e comunidades da cidade. Além disso, no sábado que antecede a grande peregrinação, acontece o cortejo fluvial, momento em que a imagem da santa é transladada pelas águas do rio Tocantins. Após a missa, a santa sai do Santuário e segue em romaria até o Balneário da Mangueira – localizado na Folha 25, Nova Marabá – e de lá, vai de barco até a Marabá Pioneira, onde será conduzida até a Catedral, onde fica até o domingo de manhã.
Segundo o art. 269 da Lei Orgânica do Município, o patrimônio cultural de Marabá é constituído dos “bens de natureza material ou imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos, formadores da sociedade paraense e marabaense, nos quais sejam incluídos: I – as formas de expressão; II – os modos de criar, fazer e viver; III – as criações científicas, artísticas, tecnológicas e artesanais, carnavalescas e folclóricas; IV – as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações artístico-culturais; V – os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, científico e inerentes a reminiscências de formação de nossa história popular”. (Luciana Araújo)