Correio de Carajás

Ferramenta que combate pornografia de menores na internet chega ao Brasil

A plataforma, lançada em 2023, foi desenvolvida para impedir a propagação de imagens íntimas de jovens na internet

Ferramenta que evita propagação online de imagens íntimas de jovens chega ao Brasil - (crédito: Reprodução/Freepik)

Com apoio da Meta, a plataforma Take It Down, um programa americano gratuito do Centro Nacional para Crianças Desaparecidas e Exploradas (NCMEC), chegou ao Brasil. A ferramenta, lançada em 2023, foi desenvolvida para impedir a propagação de conteúdos sexuais de crianças e adolescentes na internet. Além do Facebook, atualmente vários sites de grande porte são parceiros da iniciativa e concordaram em fazer a varredura em busca de imagens e vídeos em suas plataformas públicas ou não criptografadas, como Clips4Sale, Facebook, Instagram, TikTok, Snap Inc., Yubo, Threads, além de páginas mais especializadas em conteúdo pornográfico, como Redgifs, OnlyFans, Pornhub.

O objetivo é atender pessoas com imagens ou vídeos de si mesmas em situações de nudez, nudez parcial ou sexualmente explícitas, tiradas quando tinham menos de 18 anos, as quais acreditam que foram ou poderão ser compartilhadas na internet.

A plataforma pode ajudar, por exemplo, a criança ou adolescente que tenha enviado uma foto a alguém, mas agora essa pessoa está ameaçando publicar ou já publicou o conteúdo em algum lugar. O serviço também ajuda quem não tem certeza se a imagem foi compartilhada, mas quer assistência para tentar removê-la de locais onde possa aparecer na internet.

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Take It Down funciona por meio da atribuição, a imagens ou vídeos de nudez, de uma impressão digital exclusiva na forma de código numérico, chamada de valor hash. Dessa forma, as plataformas na internet podem usar os valores para detectar as imagens ou vídeos em seus serviços e remover o conteúdo.

Tudo isso acontece sem que a imagem ou o vídeo saia do dispositivo do usuário ou que qualquer pessoa o visualize, somente o valor hash será fornecido ao NCMEC.

A ferramenta está disponível para qualquer pessoa do mundo. Para usar, não é necessário informar nenhum dado pessoal.

Passo a passo

  • Selecione a imagem ou o vídeo explícito que deseja dispersar/hash a partir do dispositivo e clique em “início”;
  • Para cada imagem ou vídeo, o Take It Down vai gerar um hash ou impressão digital que pode ser usada para identificar uma cópia exata dessa imagem ou vídeo;
  • A imagem ou vídeo permanece no dispositivo sem ser carregado. O hash é adicionado a uma lista segura mantida pelo NCMEC, que é compartilhada apenas com as plataformas participantes na internet, cujas quais concordaram em usar essa lista para fazer uma varredura em seus sites e aplicativos públicos ou não criptografados em busca dos hashes com o seu conteúdo explícito;
  • Se uma plataforma na internet detectar uma imagem ou um vídeo em seu serviço público ou não criptografado que corresponda a um valor hash, poderá tomar medidas para limitar a disseminação do conteúdo explícito;
  • Não compartilhe as imagens/vídeos em nenhuma rede social depois de enviá-los no Take It Down. Depois que o valor hash da imagem ou vídeo for adicionado à lista, as plataformas na internet poderão usá-lo para fazer uma varredura em seus serviços públicos ou não criptografados. Se o usuário publicar o conteúdo no futuro, poderá ser acionado um alerta que possivelmente vai bloquear a conta na rede social.

Sobre o NCMEC

O Centro Nacional para Crianças Desaparecidas e Exploradas (NCMEC) é a maior e mais influente organização de proteção à criança dos Estados Unidos. A organização lidera a luta para proteger as crianças por meio da elaboração de recursos essenciais a elas e às pessoas que as mantêm em segurança.

O NCMEC também opera o CyberTipline – um sistema de denúncia online para todos os tipos de abuso sexual infantil na internet. A ferramenta responde a milhões de denúncias de abuso sexual infantil na internet todos os anos. Além disso, oferece vários recursos e assistência às vítimas e sobreviventes de abuso sexual infantil.

(Fonte: Correio Braziliense/Yasmin Rajab)