Correio de Carajás

Feminicídio: Documentarista convida mídia a mudar abordagem do tema

A cobertura jornalística no Brasil sobre as ocorrências de violência contra a mulher precisa se reinventar. É o que defende Lívia Perez, diretora de cinema formada em Comunicação Social pela Unicamp e que participou de um painel nesta sexta-feira (23), em Marabá, falando a comunicadores de veículos regionais. Era um dos compromissos da programação do Publicom (Encontro de Comunicação do Pará), no Carajás Centro de Convenções. O bate-papo “Mídia e Feminicídio” foi mediado pela jornalista Angélika Freitas, diretora da TV Correio (SBT).

Antes de iniciada a explanação de Lívia, foi exibido o curta assinado por ela e que tem o título: “Quem Matou Eloá?”. Trata da morte da adolescente Eloá Cristina Pimentel, 15 anos, que foi mantida em cárcere privado sob constante ameaça e violência pelo então namorado Lindemberg Alves, 22 anos, em 2008, culminando no assassinato dela.

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Para a documentarista, o desfecho e ampla cobertura do cerco policial e da morte da moça em tempo real, inclusive, não tratou o caso como violência contra a mulher, mas com uma abordagem que destacava a crise de ciúmes do algoz.

“Como mulher, eu comecei a me questionar sobre fazer parte de uma sociedade onde esse tipo de crime é invisível, apesar do Brasil ser o quinto país que mais mata mulheres. É totalmente esquizofrênico que a mídia, que a polícia, que sociedade não tenha este tipo de debate, mesmo sendo um problema tão grave. Mas eu acho que hoje a gente já avançou, porque hoje a gente já debate muito mais. As matérias já vêm referenciando mais essas altas taxas de feminicídio”, destacou a palestrante.

O documentário “Quem matou Eloá?” participou de 22 mostras e festivais e foi reconhecido internacionalmente, ganhando nove prêmios.

“Num caso mais recente, em que uma adolescente foi vítima de estupro coletivo no Rio de Janeiro, os veículos de comunicação tentaram dar a notícia como um “suposto crime” quando na verdade os próprios criminosos já haviam postado na internet fotos e provas que os incriminavam. A audiência reagiu na internet pedindo que se reconhecesse o crime como tal e não apenas como suposto”, rememora.

O Brasil registrou 1 estupro a cada 11 minutos em 2015. São os Dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, os mais utilizados sobre o tema. Levantamentos regionais feitos por outros órgãos têm maior ou menor variação em relação a isso.

As estimativas variam, mas em geral calcula-se que estes sejam apenas 10% do total dos casos que realmente acontecem. Ou seja, o Brasil pode ter a medieval taxa de quase meio milhão de estupros a cada ano.

Mediadora do debate de ontem, a jornalista Angélika Freitas destacou a importância desse tipo de tema colocado aos comunicadores da região e que o Grupo Correio de Comunicação, em sua cobertura diária dos casos policiais, já vem primando pela discussão da violência contra a mulher, e ampliando o espaço para a abordagem do tema em seus veículos. “Com a oportunidade de debatermos esse tema, ampliamos nossa visão enquanto comunicadores e podemos contribuir com o avanço da comunicação no sul e sudeste do Pará”, comentou ao final.

(Da Redação do Portal Correio)

 

A cobertura jornalística no Brasil sobre as ocorrências de violência contra a mulher precisa se reinventar. É o que defende Lívia Perez, diretora de cinema formada em Comunicação Social pela Unicamp e que participou de um painel nesta sexta-feira (23), em Marabá, falando a comunicadores de veículos regionais. Era um dos compromissos da programação do Publicom (Encontro de Comunicação do Pará), no Carajás Centro de Convenções. O bate-papo “Mídia e Feminicídio” foi mediado pela jornalista Angélika Freitas, diretora da TV Correio (SBT).

Antes de iniciada a explanação de Lívia, foi exibido o curta assinado por ela e que tem o título: “Quem Matou Eloá?”. Trata da morte da adolescente Eloá Cristina Pimentel, 15 anos, que foi mantida em cárcere privado sob constante ameaça e violência pelo então namorado Lindemberg Alves, 22 anos, em 2008, culminando no assassinato dela.

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Para a documentarista, o desfecho e ampla cobertura do cerco policial e da morte da moça em tempo real, inclusive, não tratou o caso como violência contra a mulher, mas com uma abordagem que destacava a crise de ciúmes do algoz.

“Como mulher, eu comecei a me questionar sobre fazer parte de uma sociedade onde esse tipo de crime é invisível, apesar do Brasil ser o quinto país que mais mata mulheres. É totalmente esquizofrênico que a mídia, que a polícia, que sociedade não tenha este tipo de debate, mesmo sendo um problema tão grave. Mas eu acho que hoje a gente já avançou, porque hoje a gente já debate muito mais. As matérias já vêm referenciando mais essas altas taxas de feminicídio”, destacou a palestrante.

O documentário “Quem matou Eloá?” participou de 22 mostras e festivais e foi reconhecido internacionalmente, ganhando nove prêmios.

“Num caso mais recente, em que uma adolescente foi vítima de estupro coletivo no Rio de Janeiro, os veículos de comunicação tentaram dar a notícia como um “suposto crime” quando na verdade os próprios criminosos já haviam postado na internet fotos e provas que os incriminavam. A audiência reagiu na internet pedindo que se reconhecesse o crime como tal e não apenas como suposto”, rememora.

O Brasil registrou 1 estupro a cada 11 minutos em 2015. São os Dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, os mais utilizados sobre o tema. Levantamentos regionais feitos por outros órgãos têm maior ou menor variação em relação a isso.

As estimativas variam, mas em geral calcula-se que estes sejam apenas 10% do total dos casos que realmente acontecem. Ou seja, o Brasil pode ter a medieval taxa de quase meio milhão de estupros a cada ano.

Mediadora do debate de ontem, a jornalista Angélika Freitas destacou a importância desse tipo de tema colocado aos comunicadores da região e que o Grupo Correio de Comunicação, em sua cobertura diária dos casos policiais, já vem primando pela discussão da violência contra a mulher, e ampliando o espaço para a abordagem do tema em seus veículos. “Com a oportunidade de debatermos esse tema, ampliamos nossa visão enquanto comunicadores e podemos contribuir com o avanço da comunicação no sul e sudeste do Pará”, comentou ao final.

(Da Redação do Portal Correio)