Correio de Carajás

Federal combate grilagem dentro de terra indígena

Operação gerou prisão em flagrante e apreensão de arma de fogo. Foram cumpridos 16 mandados de busca. Mais de setenta agentes participaram da ação.

Agentes federais cumpriram mandados no Pará, DF, Tocantins, Minas e Bahia/Divulgação/PF

A Polícia Federal cumpriu 16 mandados de busca e apreensão e prendeu uma pessoa em flagrante na manhã desta quarta-feira (14), durante a Operação Avarus, deflagrada em quatro Estados e no Distrito Federal. O objetivo é combater a grilagem na área da terra indígena Ituna/Itatá, localizada nos municípios de Altamira e Senador José Porfírio, considerada a mais invadida e desmatada do país. Em conjunto com o Ministério Público Federal (MPF), a operação também busca reprimir os crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro e outros.

Com participação de 70 policiais federais, foram cumpridos 10 mandados em Altamira, três em Brasília, um no Tocantins, um na Bahia e um em Minas Gerais.

Reserva indígena foi invadida e desmatada para fins de grilagem

Em Altamira, um dos alvos da operação, investigado por grilagem, foi preso em flagrante por armazenar, no celular, pornografia infantil. Na mesma cidade, também foram apreendidas duas armas: uma, sem registro, não gerou prisão pois não havia ninguém no imóvel; outra arma tinha registro, mas estava vencido, o que configura irregularidade administrativa, portanto, sem prisão do dono.

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Em relação ao objetivo da operação, foram apreendidos documentos, computadores, celulares e pen drives. O material será analisado pela PF, para reforçar a investigação.

Pendrives e outras mídias foram apreendidas durante a operação

A partir de 2018, a terra indígena Ituna/Itatá passou a ser alvo mais frequente de madeireiros e criadores de gado, o que chamou atenção de organizações não governamentais nacionais e internacionais. Existe busca por autorização para explorar a área, porém, desde 2011 o local tem interdição de exploração.

As penas somadas dos crimes investigados podem ultrapassar 40 anos de prisão. Avarus, que dá nome à operação, é palavra em latim que faz referência a avareza. (Fonte: Ascom/PF)