Hoje quinta-feira, 26, terá prosseguimento o 1º Festival de Música da Fundação Casa da Cultura, lembrado aqui carinhosamente como “Fecanzinho”, uma referência ao mais tradicional festival de música de Marabá (Fecam), que arrebatou multidões nas décadas de 1980 e 1990.
O evento atual, que agrega crianças, adolescentes e até adultos, com a mesma roupagem do antigo festival, teve início na noite desta quarta-feira, 25, no espaço de apresentações da Fundação Casa da Cultura, com a participação de cerca de 250 pessoas. A coordenação é da Escola de Música Moisés Araújo, da FCCM.
A presidente da Fundação, Vanda Américo, destacou que o festival tem a intenção de incentivar ainda mais os estudantes de todos os projetos de música da Casa a continuarem estudando, seja com a prática de instrumento ou canto. “O festival sempre foi e será um momento especial que dá oportunidade para o artista mostrar e evoluir seu talento. Este é um momento de interação entre os estudantes de todos os projetos que a Fundação Casa da Cultura realiza, seja em Morada Nova, Velha Marabá, Liberdade, nos níveis iniciante e intermediário”, avalia Vanda.
Leia mais:Para a presidente da FCCM, o festival garimpa potencialidades, incentiva o crescimento técnico dos alunos, promove autoconfiança e encorajamento para apresentações em palcos. No futuro, poderemos ter alunos desta escola disputando festivais regionais ou pelo país afora”, disse Vanda.
Na primeira categoria – Infantil geral – houve oito apresentações com músicas bastante ecléticas, entre o gospel, MPB de Marisa Monte e até o clássico “Over the rainbow”, tema do filme homônimo “Além do Arco-íris”.
Hoje, quinta-feira, a partir de 19 horas, haverá mais oito apresentações de 23 alunos dos projetos da Casa, que estudam nível intermediário de música e que está há cerca de dois anos em algum projeto e têm entre 11 a 19 anos de idade.
Em cada categoria, os cinco concorrentes que alcançaram as melhores notas do corpo de jurados, passarão para a grande final, que acontece nesta sexta-feira, às 17 horas, também no espaço musical da Fundação Casa da Cultura.
A estudante Patrícia Chiara da Silva foi uma das classificadas para a grande final e comemorou muito com os colegas. E, diferente da grande maioria, ela cantou uma música autoral, elaborada por ela em parceria com outros dois colegas.
A garota mora no Bairro Bom Planalto e estuda violino na FCMM há apenas nove meses. A canção que compôs deu o nome de “Cecília” e contou com apoio dos colegas Higor Filipy e Lorrane Christye. Revelou que foi escrita e musicada há cerca de um mês e a melodia foi elaborada por Igor e Cristie e os três acabaram fazendo o arranjo em conjunto. “eu ouço de tudo, pego um pouco de referência de vários estilos e acho que isso muito bom”, disse. (Ulisses Pompeu)
Abaixo, acompanhe a letra da música que ela compôs e apresentou no palco do “Fecanzinho”:
CECÍLIA
Uso a minha voz pra cantar
Já dizia Cecília
Não sou alegre ou triste
Vivo de poesia
Uso minha voz pra cantar
E canto porque
eu sou poeta
Como poeta, sigo a cantar
Com os olhos cegos, indiscreto
Frente a janelas meu coração contempla
Lá fora o mundo organizado
Mais bagunçado que meu quarto
Era uma vez a beleza que Deus criou
Acordo e olho um céu cinzento
Sem conseguir ver as estrelas
Escondidas debaixo de um cobertor
Aqui embaixo há esperança
Andando na corda bamba
Ao som do samba que Elis entoou
Uso a minha voz pra cantar
Já dizia Cecília
Não sou alegre ou triste
Vivo de poesia
Uso minha voz pra cantar
E canto porque
eu sou poeta
Das coisas que são fugidias
Não sinto gozo nem tormento
Laiá, laiá
Atravesso noites, atravesso dias
Em meio ao sonho, em meio ao vento.
Se desmorono ou se edifico
Se me desfaço ou se aqui fico
Não sei, não sei, pra onde vou,
Se passo ou se fico.
Laiá, laiá
Uso a minha voz pra cantar
Já dizia Cecília
Não sou alegre ou triste
Vivo de poesia
Uso minha voz pra cantar
E canto porque
eu sou poeta.
(Patrícia Chiara/Higor Filipy/Lorrane Christye)