São Paulo – O Instituto Adolfo Lutz informou que o estado registrou este ano seis mortes por febre maculosa. Em 2022, foram 53 casos, com 37 óbitos confirmados. Em 2021, foram 76 casos e 42 óbitos.
Três mortes foram confirmadas pelo instituto nesta terça-feira (13/6). As vítimas são a dentista Mariana Giordano, 36 anos; Douglas Costa, 42, namorado dela; e uma moradora de Hortolândia (SP), que não teve o nome divulgado.
Os três estiveram em uma feijoada na Fazenda Santa Margarida, em Campinas (SP), em 27 de maio, e morreram na quinta-feira (8). Douglas morreu em Jundiaí e Mariana na capital.
Leia mais:Amostras biológicas de uma quarta pessoa, que também esteve na festa, foram encaminhadas ao Adolfo Lutz nesta terça. A adolescente de 16 anos está internada em um hospital de Campinas.
A Prefeitura de Campinas trata a situação como surto.
A febre maculosa é uma doença infecciosa causada por uma bactéria transmitida pela picada de uma das espécies de carrapato e seus sintomas podem ser confundidos com outras doenças que causam febre alta.
O instituto explica que há no estado de SP duas espécies da bactéria causadora da doença. Na Região Metropolitana da capital, há pouquíssimos registros dada a urbanização da área.
No interior, a doença passou a ser detectada a partir da década de 1980, nas regiões de Campinas, Piracicaba, Assis, nas regiões mais periféricas da Região Metropolitana de São Paulo e no litoral, mas em uma versão mais branda.
Os municípios de Campinas e Piracicaba são, hoje, os dois que apresentam o maior número de casos registrados da doença. O tratamento é realizado com antibiótico específico.
A Secretaria de Saúde reforça que as pessoas que moram ou se deslocam para áreas de transmissão estejam atentas ao menor sinal de febre, dor no corpo, desânimo, náuseas, vômito, diarreia e dor abdominal e que procurem um serviço médico informando que estiveram nessas regiões para fazer um tratamento precoce e evitar o agravamento da doença.
Fazenda se manifesta
Em nota, a Fazenda Santa Margarida informou que lamenta as mortes e disse que “a responsabilidade pelo controle e prevenção da febre maculosa é atribuída ao município, conforme estabelecido pela legislação pertinente”.
No texto, destaca que “agiu e age de acordo com todas as normas e exigências legais relacionadas à vigilância sanitária, bem como mantém um rigoroso processo de manutenção e cuidados em relação ao espaço e sua conservação”.
Informa ainda que nunca registrou “caso semelhante” e que está à disposição das autoridades.
O Metrópoles ouviu relatos de quem esteve na feijoada no dia 27. Duas testemunhas contaram que parte dos convidados precisou fazer uma caminhada de cinco minutos pela grama e cortar caminho por uma região de mato alto até fechar o local do evento.
(Fonte: Metrópoles)