Mais uma ocorrência gravíssima é registrada na Fazenda Mutamba, em Marabá, que vem, seguidamente, sendo alvo de criminosos. A nova ocorrência, em 2 de abril, foi no retiro João Lobo, onde o gerente José Domiciano e um outro funcionário foram surpreendidos por oito homens armados, que surgiram repentinamente do meio do mato. Sob a mira de armas, Domiciano recebeu ordens dos bandidos de que não retornasse gado para aquela parte da fazenda, anunciando que tal região seria invadida por 200 famílias.
Toda a situação está amplamente descrita em um boletim de ocorrência a que o CORREIO teve acesso. A Delegacia Especializada de Conflitos Agrários já está envolvida na investigação.
Durante a abordagem violenta, o gerente da fazenda caiu do animal que montava e lesionou a perna esquerda, o que o impediu, inclusive de fugir. Dominado pelos bandidos, ele foi questionado sobre o gado da fazenda e orientado a não voltar mais aquela região da propriedade, pois a mesma seria tomada. O grupo estava munido de quatro espingardas calibre 28, três espingardas calibre 12 e um rifle 22.
Enquanto ia embora, depois que foi “liberado”, Domiciano ainda foi aterrorizado pelos criminosos que davam tiros para o alto. Mais tarde, à noite, os mesmos bandidos, de longe, alternavam tiros e rojões, novamente tentando intimidar os funcionários da Mutamba.
O gerente narra que a promessa dos bandidos era de que se algum funcionário da fazenda voltasse a pisar naquele retiro seria “salgado”, termo que ele entende como ameaça de morte.
Nestes últimos dias, alguns animais da fazenda foram mortos por arma de fogo. No dia 31 de março outros dois trabalhadores da fazenda, a caminho do mesmo retiro João Lobo de moto, foram intimidados com dois tiros disparados do meio do mato. O funcionário da Mutamba reconheceu um dos atiradores, como sendo um dos envolvidos na última tentativa de invasão debelada pela equipe da DECA. (Da Redação)