O que já vinha sendo explorado por veículos de imprensa nacionais, tomou proporções ainda maiores na noite deste domingo (19), quando o possível esquema de fraude do Exame Nacional de Ensino Médio (ENEM) em Marabá foi transmitido por um dos programas de maior audiência da Globo, em horário nobre com, não somente com nomes, mas fotos e até vídeos que mostram André Ataíde, Moises Asssunção e Eliesio Ataíde.
Para abrir o assunto, o Fantástico mostrou André como o possível responsável pela entrada de Moisés e Eliesio no curso de medicina da Universidade Estadual do Pará, com sede em Marabá.
Sua foto, com o jaleco e caneca do curso, foi reproduzida diversas vezes. No caso de Moisés, a exposição foi ainda maior. O ponto alto da reportagem foi a exposição de prints de postagens no X (ex-Twitter) do jovem de 25 anos no momento em que supostamente deveria estar realizando a prova do Enem.
Leia mais:A partir das 14h do dia das provas, celulares e outros materiais são lacrados e guardados. As postagens de Moises ocorreram entre 14h e 15h. Além disso, a reportagem também mostrou um áudio dele dizendo a outra pessoa que, apesar de as pessoas estarem comentando nas redes sociais sobre a possível fraude, ele “ficaria de boa”, pois não havia como provar. Outro áudio dele afirma que uma identidade foi rasgada ao meio, referindo-se, supostamente, a um documento falso utilizado por André para fazer a prova em seu lugar.
PROVAS
A equipe do Fantástico teve acesso aos cadernos de prova que possuem o nome de Moisés e André. Segundo o teste de calígrafo realizado pela investigação, ficou inconclusivo dizer que se trata da mesma letra. Moisés tirou 960 na redação. O máximo é 1000.
André também teve suas redes sociais vasculhadas pela Polícia Federal e lá foram encontradas evidências de que ele, mesmo já cursando o 7º período de medicina na UEPA afirma ter realizado o exame e que “estava fácil demais”.
Outra publicação que surpreende é o estudante dizendo que ganhou R$ 50 mil facilmente, na mesma época em que supostamente teria feito a prova por Moisés. Ao Fantástico, a Polícia Federal afirmou suspeitar de que o certame foi negociado por R$ 150 mil.
Eliesio teve pouco destaque na matéria, mas foi citado pelos advogados a fim de esclarecer que ele e André, como muito se especulou nos últimos dias, não são parentes.
BIOMETRIA
O Instituto Nacional de Exames e Pesquisas Educacionais Anisio Teixeira (Inep) se manifestou em um breve momento e disse que, em 25 anos de existência do Enem como sendo uma das principais formas de adentrar universidades, nunca houve uma polêmica como esta.
No entanto, com a Operação Passe Livre, o Concurso Unificado ou “ENEM dos Concursos” terá biometria e passará por uma fiscalização após a prova para conferir se a pessoa que a fez, vai ser a mesma a assumir o cargo.
NOVAS INVESTIGAÇÕES
Com o nome de André em alta, A PF investiga se ele teria realizado outras provas para outras pessoas, em concursos e outras faculdades. (Thays Araujo)
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