Correio de Carajás

Familiares se recusam a enterrar seus mortos em covas com risco de alagamento

A família de Marinez Araújo não permitiu que a matriarca fosse enterrada em uma das covas oferecidas pela administração do cemitério

Uma área dentro do Cemitério Municipal de Parauapebas, o Jardim da Saudade, que fica localizado às margens da Rodovia Faruk Salmen, próximo à Vila Rica, tem sido alvo de denúncias por conta das condições precárias das covas abertas no local.

Diante das denúncias, a equipe de reportagem do CORREIO conversou com algumas famílias e com a administração do cemitério.

Os familiares de duas pessoas que morreram reclamam de um novo espaço aberto para sepultamento em uma área – antes um matagal – que, segundo eles, tem alagado com as fortes chuvas.

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Diante dessa preocupação, eles se recusaram a deixar os parentes enterrados nos locais que a administração ofereceu. Leiliane Araújo, filha de Marinez Araújo, morta aos 56 anos, teve que pagar para que a mãe fosse enterrada em um local que considera mais digno.

Ela reclama das condições das covas abertas nas proximidades de um igarapé e relata que já viu um lamaçal no local. Sua preocupação maior era de não conseguir visitar a mãe, motivo pelo qual procurou por outro local e teve que tirar do próprio bolso para garantir um enterro digno.

A ADMINISTRAÇÃO

Fábio Junior Felizardo, coordenador do cemitério, afirmou que a área está passando por processos de melhoria.


Fábio apresenta o posicionamento da administração do cemitério sobre o caso

De acordo com ele, as duas famílias se recusaram a enterrar no local por se tratar de uma área baixa, mas já está sendo realizado um trabalho de terraplanagem, o estudo do solo e da profundidade e não há risco de alagamento.

Além disso, ele afirma que as últimas covas estão sendo feitas na região da denúncia devido à capacidade do cemitério já estar quase toda preenchida. No entanto, devido à reclamação, eles resolveram fazer as covas para as duas famílias em uma região mais central do cemitério.

Por fim, o coordenador afirmou que a previsão é que a capacidade seja preenchida até o início do ano que vem, quando deve ser inaugurado um novo cemitério na “Capital dos Minérios”. (Clein Ferreira – com colaboração de Ronaldo Modesto)