Correio de Carajás

Faltam 200 dias para a COP30: Belém no mapa do mundo

A COP30 em Belém é uma prova de que não devemos ter o complexo de vira-lata e de que nosso futuro vai depender do tamanho das nossas ambições e de nosso trabalho

Foto: Augusto Miranda / Ag. Pará

Faltam 200 dias para a COP30, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas. E, em meio a tanto pessimismo e alarmismo daqueles que só querem ver o Brasil de forma sinistra por interesses políticos, econômicos e eleitorais, a COP30 deixa claro, mais uma vez, que nosso país é complexo e que os estereótipos não são suficientes — nunca foram — para definir a grande nação brasileira.

Desafiando todas as platitudes, a maior conferência climática do planeta não será apenas realizada no Brasil. Será no Pará, mais especificamente em Belém, que, durante 12 dias, será a capital mundial do meio ambiente. Belém, a capital da Amazônia, tantas vezes esquecida ou estigmatizada ao longo da história, estará no centro do palco do mundo.

E aqui não falo com ufanismos ou provincianismos. Ressalto que a construção política que tornou essa conquista possível, liderada pelo presidente Lula, mostra que o futuro do Brasil não está predeterminado. Dependerá sempre das opções que fizermos, das ações que encamparmos, do esforço e das opções estratégicas que escolhermos trilhar.

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Essa lembrança é especialmente crucial neste momento de realinhamento geopolítico global. A COP30 em Belém é uma prova de que não devemos ter o complexo de vira-lata e de que nosso futuro vai depender do tamanho das nossas ambições e de nosso trabalho.

No caso específico de Belém, não enfrentamos nenhum adversário externo, mas apenas e tão somente a incredulidade de alguns, mentalidades tacanhas e os maus agouros de sempre. Primeiro, disseram que a cidade não teria condições de acolher a todos os visitantes internacionais. Com soluções criativas e a parceria com o setor privado, esse fantasma desapareceu diante dos fatos.

Depois, questionou-se que a cidade não teria a infraestrutura necessária para sediar o evento. Os investimentos robustos, que deixarão um legado permanente para todos os habitantes da capital da Amazônia, deixam claro que Belém será uma grande anfitriã e ainda contará com a simpatia e a alegria do povo paraense, algo único e que, certamente, encantará os participantes.

No fundamental, Belém será, por alguns dias, o epicentro das grandes discussões sobre o futuro da vida no planeta. E a COP30, como sempre digo, não é de esquerda nem de direita. Pelo simples motivo de que não existe um fim do mundo “ideológico”. O fim é o fim, e nossa obrigação é evitá-lo.

Temos de reduzir as emissões de carbono para que a temperatura da Terra não comece a se elevar a um ponto de não retorno, que colocará em risco todas as formas de vida e representará a extinção da espécie humana e de todas as espécies.

No caso da Amazônia, iremos mostrar o que já estamos fazendo no Pará para combater a devastação, os garimpos ilegais, e os projetos de bioeconomia com resultados concretos e palpáveis. A sustentabilidade não é um discurso. É uma realidade que precisa apenas escalar para ampliar a proteção dos povos da floresta. A floresta em pé vale mais do que a floresta derrubada. Isso não é um lema. É um fato econômico e uma solução ambiental.

Convido a todos a virem para Belém, pois o relógio da COP30 já começou a contagem regressiva. Vamos mostrar, mais uma vez, que o Brasil é capaz de sediar os maiores eventos do mundo. Belém entra no mapa do planeta. Quem diria? A determinação vence todas as barreiras. Sejam bem-vindos!

Helder Barbalho — governador do Pará