Correio de Carajás

Falta de atrações e sujeira são as maiores reclamações dos veranistas

A Praia do Tucunaré, principal refúgio dos veranistas marabaneses nesta época do ano, tem ficado bastante movimentada aos domingos. No entanto, os banhistas têm reclamado de algumas questões e afirmam que a movimentação não é a mesma de anos anteriores, principalmente pela falta de atrações artísticas, normalmente promovidas pela Prefeitura Municipal durante o verão.

Tiago Maia, morador da Marabá Pioneira afirma ser frequentador assíduo da praia e observou que a movimentação está intensa, porém há um ponto a desejar. “Neste ano não contou com as atrações que tivemos nos anos anteriores, além da questão da limpeza, muito lixo acumulado. As pessoas também deixam a desejar, não colaboram recolhendo o lixo. Se todo barraqueiro tivesse a consciência de juntar o lixo a praia estaria um brinco”.

William Lopes da Silva, morador de São Luís, no Maranhão, conheceu a Praia do Tucunaré no ano passado. Encantado com o verão em Marabá retornou neste ano, trazendo a família, mas acabou frustrado. “Ano passado estava melhor. A praia estava mais iluminada e o movimento estava melhor, no ano passado estava cheio até no meio de semana. Viemos até antecipadamente achando que seria melhor”.

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Ele acrescenta também ter sentido falta de palco com atrações musicais. “Pra todo lado que a gente vai está tendo festa, cidade pertinho aqui tem show, de famoso. Aqui, numa praia bonita desse jeito, não teve nem palco e nem nada. Só tem espaço pra jogar bola. Quem quer curtir alguma coisa diferente não tem”.

O rabeteiro Jurandir Sousa Ferreira trabalha na travessia há cinco anos e afirma que o fluxo de passageiro está menor. “Movimento fraco, não teve patrocínio de nada. Só Rádio Correio fazendo o projeto para aquecer a galera porque a PMM nesse ano não colocou nada”.

Segundo ele, no máximo 30 rabetas estão trabalhando nos finais de semana. “De passageiro está fraco demais e muita gente nem desce, pessoal descia bastante quando tinha palco e banda tocando, mas não está tendo”.

Por outro lado, elogiou a Marinha que tem fiscalizado intensamente o uso de coletes pelos passageiros. “A gente insiste para todo mundo colocar o colete, se não colocar nem atravessa”.

O rabeteiro José Rodrigues, por sua vez, atua no local há 25 anos e diz não ter percebido diminuição no fluxo. “Está legal. Como em todos os anos esse mês é muito movimentado, com turistas de fora para curtirem a praia, tá tudo certo”, diz, explicando que a passagem para travessia segue custando R$ 3 e que também orienta que todos usem coletes.

Miguel Sousa dos Santos é rabeteiro há três anos. Conforme ele, em média os barqueiros estão realizando uma média de 10 viagens diárias, com no máximo 20 passageiros. Em relação ao uso dos coletes, ele diz que não tem havido resistência. “Os passageiros estão usando, todos estão usando. Não está havendo recusa porque já falo que a Marinha está fiscalizando. Não estou tendo problemas”.

Este foi o primeiro domingo de julho que Thais Oliveira foi à praia com os familiares. Ela também reclamou da questão da limpeza. “Achei boa a movimentação, mas ainda dá pra melhorar a limpeza, mas isso é culpa de cada pessoa. Os banhistas, principalmente, deveriam zelar pela limpeza. Jogam lixo em qualquer lugar, sendo que tem sacolinhas e se cada um fizer a sua parte a praia não fica tão suja quanto está hoje”, declarou.

Ela disse ter se impressionado um pouco com o preço dos produtos vendidos no local.  “Os preços estão altos, de comida e bebida, poderia ter opções mais acessíveis já que tanta gente frequenta o lugar. As pessoas preferem até trazer de fora que consumir aqui por causa dos preços”.

Educação ambiental é repassada aos banhistas

De acordo com major Odair Pires Nogueira, do Regimento de Brigada de Força Pré-Militar Nacional, comandando o Batalhão de Força Pré-Militar Ambiental da Amazônia, em Marabá, afirma que o grupo repassou orientações a ambulantes, comerciantes e veranistas acerca do ideal armazenamento de objetos que sejam considerados lixo.

“Há muito lixo ainda. A princípio, após iniciarmos essas atividades com a Secretaria de Meio Ambiente, a gente observou melhora nesta questão, porém ainda tem banhistas que não estão executando o procedimento ideal”, comentou.

De acordo com ele, o ideal seria que cada pessoa levasse o recipiente no qual armazenar os resíduos. Como isso nem sempre ocorre, o batalhão distribui sacolas. “Foi fornecido pra gente sacolas para passarmos em todas as barracas distribuindo, uma complementação para eles executarem o procedimento da melhor maneira possível”, finalizou.

Procurada pelo Correio de Carajás, na manhã desta terça-feira a Prefeitura Municipal enviou nota: “A prefeitura optou por não ter programação de shows na praia exatamente pra evitar tumulto e ocorrências policiais. Quanto ao lixo, mais de 50 servidores estão trabalhando na limpeza e prevenção. Placas informativas e uma campanha de conscientização está sendo feita com distribuição de sacolas de lixo e mais de 70 lixeiras estão na praia”.

(Luciana Marschall com informações de Josseli Carvalho)