Correio de Carajás

FAB chega com equipamentos e previsão é energia para 70% do Amapá em menos de 24 horas

Desembarcou no aeroporto de Macapá, nesta sexta-feira (6), uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) com equipamentos a serem usados na manutenção do único transformador que restou na principal subestação do Amapá – atingida por um incêndio na terça-feira (3). A ajuda busca retomar o fornecimento de energia para 70% do estado ainda no sábado (7).

Quase 90% da população do Amapá – cerca de 765 mil pessoas – está sem energia elétrica; a subestação alimenta 13 das 16 cidades do estado. Com a falta de eletricidade, há problemas no fornecimento de água potável e ainda falhas nas telecomunicações, além de filas nos postos de combustíveis e prejuízos ao comércio.

De acordo com Domingos Andreatta, secretário adjunto de energia elétrica do Ministério de Minas e Energia (MME), o transformador já iniciou o teste para energização. Se o processo for um sucesso, ele acrescenta, quase 70% da energia deve ser recuperada até sábado.

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“A gente estava acompanhando todas a ações para que a gente conseguisse retornar com o transformador, que tá disponível na subestação para que ele possa ser energizado entre hoje e amanhã […]. A expectativa é que a gente consiga atender, com a energização e [a hidrelétrica] Coaracy Nunes, em torno de 60% a 70% da carga”, informou, no início da noite, em uma entrevista coletiva para a imprensa.

Andreatta não detalhou, no entanto, quais áreas inicialmente serão energizadas no estado.

“A ideia é que, a partir do início do tratamento do óleo, de 6 a 8 horas teremos o resultado se a gente consegue energizar esse transformador, ou não. A máquina ainda estava aquecendo e o óleo ainda não tinha começado a ser filtrado. Outra máquina de filtragem está chegando para que a gente possa acelerar o processo”, detalhou.

Confira a seguir o que a FAB trouxe ao Amapá, totalizando 16,5 toneladas em carga:

  • uma máquina para tratamento de óleo do transformador;
  • uma máquina termovácuo para retirada de umidade do transformador;
  • duas máquinas de purificação;
  • e um instrumento de resposta em frequência para verificar possíveis deformações internas no transformador.
Avião da FAB transportou equipamentos para o Amapá — Foto: Ronaldo Brito/Rede Amazônica
Avião da FAB transportou equipamentos para o Amapá — Foto: Ronaldo Brito/Rede Amazônica

O apagão

Na noite de terça-feira, enquanto ocorria uma tempestade em Macapá, uma explosão seguida de incêndio comprometeu os três transformadores de uma subestação da Zona Norte, segundo o MME. As causas do incêndio ainda são desconhecidas. Uma investigação foi aberta para apurar responsabilidade.

O fogo danificou um transformador e atingiu os outros dois — um deles já estava inoperante por causa de uma manutenção realizada desde dezembro de 2019. Segundo o MME, o transformador que estava em manutenção ainda pode ser recuperado, enquanto os outros dois precisarão ser trocados.

Apagão no Amapá — Foto: Rede Amazônica/Reprodução
Apagão no Amapá — Foto: Rede Amazônica/Reprodução

A queda de energia afetou também o sistema hidráulico do estado. Falta água encanada, água mineral e gelo. Sem energia, internet e serviços de telefonia também foram atingidos — a maioria parou de funcionar.

O Ministério de Minas e Energia criou um gabinete de crise e enviou uma comitiva ao Amapá. Nesta sexta, o governador Waldez Góes (PDT) assinou decreto que estabelece situação de emergência em todo o estado por 90 dias.

Quando a energia vai ser restabelecida?

O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, disse nesta sexta-feira (6) que pretende restabelecer toda a energia no estado do Amapá em até 10 dias.

Com apoio da FAB para transporte de equipamentos de fora do estado, o plano apresentado pelo governo federal prevê a retomada da energia em 3 etapas:

  1. recuperação de um dos transformadores queimados, com purificação de óleo e que pode restabelecer cerca de 70% da energia do Amapá ainda nesta sexta-feira;
  2. mobilizar a logística para Macapá de dois transformadores, de quase 100 toneladas cada, um do município de Laranjal do Jari, e outro de Boa Vista, capital de Roraima;
  3. e o transporte de 4 geradores de energia, originais do Amazonas, para suprir eventuais necessidades de atividades essenciais durante a recuperação da eletricidade no estado.

(Fonte:G1)