A Fórmula 1 está perto de iniciar mais uma importante era em sua história. Marcada pela introdução do novo regulamento técnico, pelas mudanças nas equipes e, sobretudo, pelo novo capítulo da antológica rivalidade entre o campeão de 2021, Max Verstappen, e o heptacampeão mundial Lewis Hamilton, a temporada 2022 promete muita disputa e intensidade – dentro e fora das pistas. Na contagem regressiva para a corrida de estreia, no GP do Bahrein, neste domingo, confira abaixo sete motivos para ficar ligado neste campeonato!
1) O homem a ser batido
Max Verstappen vem às pistas em 2022 com peso do título mundial conquistado ano passado. O piloto de 24 anos desfrutou de uma RBR com um desempenho animador na pré-temporada em Barcelona, mas terá que encarar uma Ferrari igualmente otimista com os resultados nos testes e uma misteriosa Mercedes com novidades aerodinâmicas trazidas no Bahrein.
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A conquista do holandês ainda encerrou um jejum da RBR de oito anos sem um título de pilotos, desde o tetracampeonato de Sebastian Vettel em 2013. O campeonato de construtores ficou com a Mercedes, mas o quinto Mundial de Equipes é um alvo do time austríaco nesta temporada.
3) Novo regulamento técnico e esportivo
Além de menores, os carros de 2022 resgatam o efeito solo, presente nas décadas de 1970 e 1980. Ele visa amenizar o impacto do ar lançado para o carro de trás, o que reduz o arrasto e dificulta, justamente, a aproximação do rival à frente. A liberdade de leitura do novo regulamento propiciou a criação de dez carros praticamente diferentes nesta temporada.
Dispositivos na parte inferior do carro aumentarão a pressão de cima e reduzirão a de baixo para deixá-lo mais “preso” ao chão e gerar mais arrasto. Para isso, o alcance das asas traseiras e dianteiras (cujo design foi simplificado) precisou ser limitado.
O intuito é que os carros de trás sejam capazes de “atravessar” a turbulência para seguirem próximos dos adversários à frente. Mas as mudanças deixaram os carros mais suscetíveis a sacolejarem, efeito chamado “porpoising”.
Os pneus ficarão maiores, passando de 13 para 18 polegadas. A novidade deve complicar os pit stops, mas trazer mais estabilidade aos carros. As aletas atrás das rodas diminuirão o fluxo de ar transmitido para a parte traseira do carro e, na parte estética, estão as novas calotas coloridas.
As mantas que mantém os compostos aquecidos ficarão menos “quentinhas”, o que vai deixar os pneus ainda mais frios na saída dos boxes e dar mais trabalho para as equipes, além de gerar menos impacto ambiental.
Em 2022, também passa a vigorar um teto orçamentário de US$ 140 milhões (ou R$ 715 milhões). Além disso, as últimas colocadas no Mundial de Equipes em 2021 ganharam direito a mais tempo no túnel de vento – ao passo em que os melhores times obtiveram tempo restrito, o que influencia o desenvolvimento dos carros.
O regulamento esportivo também foi alterado: por influência do polêmico GP de Abu Dhabi de 2021, o carro de segurança não precisará mais esperar a volta seguinte ao realinhamento dos retardatários para retornar aos boxes, já podendo fazê-lo assim que os carros em volta de atraso forem autorizados.
A FIA enfatizou a obrigação de que todos os retardatários recuperem volta sob safety car, e também introduziu outras alterações no regulamento esportivo, como a proibição de interferência no parc fermé e exceções para ultrapassagens em regime de segurança.
4) Sob nova direção
A FIA destituiu Michael Masi do cargo de diretor de provas após as polêmicas em Abu Dhabi e outras controvérsias ao longo do ano. O cargo será compartilhado entre Niels Wittich, ex-diretor de provas da DTM (campeonato alemão de turismo) e Eduardo Freitas, diretor do Mundial de Endurance (WEC).
Eles serão supervisionados por Herbie Blash, ex-vice-diretor de provas de Charlie Whiting – antigo ocupante do cargo de Masi até seu falecimento, em 2019. Masi também deu lugar a Peter Bayer no cargo de chefia da comissão de monopostos e na revisão da estrutura da F1.
5) Maior calendário da história traz (e mantém) novidades
A promessa da F1 é de substituir o GP da Rússia, cancelado após a invasão à Ucrânia. Assim, 2022 segue com 23 etapas confirmadas no que será o maior calendário de todos os tempos.
O ano marca ainda o retorno das provas canceladas em 2020 e 2021 devido à pandemia do coronavírus: Austrália (10 de abril), Canadá (19 de junho), Singapura (2 de outubro) e Japão (9 de outubro).
O GP da Austrália deixa de abrir o campeonato, com o Bahrein novamente dando o pontapé inicial à disputa. Já a etapa da Arábia Saudita, que estreou em 2021, foi realocada para a segunda data no ano. A temporada também trará a estreia do GP de Miami, segunda prova dos Estados Unidos com a prova sendo realizada em 8 de maio ao redor do Hard Rock Stadium, casa do Miami Dolphins na NFL.
As corridas classificatórias seguem em 2022. O Brasil, sede do GP de São Paulo, está mantido na lista de etapas que receberão o formato, que também estará presente em Imola e Áustria, em substituição a Inglaterra e Itália, que o receberam em 2021.
6) Sangue novo na Mercedes
George Russell assume o lugar de Valtteri Bottas após cinco temporadas do finlandês na Mercedes. O piloto de 24 anos vem de um 2021 astronômico com a Williams, até então o pior carro do grid, quando subiu ao pódio pela primeira vez com o time na Bélgica e conquistou 15 dos 23 pontos da equipe.
Russell já representou a octacampeã no GP de Sakhir de 2020 quando substituiu Hamilton, isolado com Covid-19. Ele superou o próprio Bottas ao longo do fim de semana, embora tenha sofrido com um pneu furado e um erro no pit stop que tiraram sua chance de vencer.
O jovem surge em 2022 como um dos protagonistas da nova geração da F1 e pode por fim ao “conforto” do novo colega de equipe.
7) Único calouro na pista
Primeiro chinês na história da F1, Guanyu Zhou será também o único estreante da categoria em 2022. Sua passagem pelas categorias de base, porém, foi discreta: disputou três temporadas na Fórmula 3 e mais três na Fórmula 2 – brigando pelo título em 2021 e garantindo a terceira colocação.
No último ano, o piloto de 22 anos faturou ainda o campeonato da F3 Asiática com quatro vitórias e sete pódios.
2) Para colocar o nome na história
O que seria o inédito octacampeonato de Lewis Hamilton em 2021 foi adiado com a ultrapassagem de Verstappen na última volta do GP de Abu Dhabi. Após a derrota, o inglês chegou a tirar um período sabático da mídia, ausentando-se por dois meses e dando margem a especulações que poderia encerrar sua trajetória na categoria. No entanto, Hamilton voltou às redes e às pistas demonstrando o foco em isolar-se como o maior campeão da F1 de todos os tempos.
Mesmo com a mudança nos carros, a Mercedes trouxe um conjunto promissor para a pré-temporada, sendo a segunda equipe com maior quilometragem nos testes em Barcelona (393 voltas) – atrás apenas da Ferrari (439). Na pré-temporada no Bahrein o time surpreendeu ao apresentar um carro totalmente novo, com as saídas de ar laterais (sidepods) quase planas.
(Fonte:G1)