O ex-presidente peruano Alan García morreu em um hospital em Lima após dar um tiro na própria cabeça na manhã desta quarta-feira (17). O diretor do hospital, Enrique Gutiérrez, afirmou que, ao dar entrada na unidade, García tinha dois orifícios de bala no crânio, “um de entrada e um de saída”.
O atual presidente do Peru, Martín Vizcarra, publicou em rede social uma mensagem de condolências para os familiares e amigos. García tentou suicídio após a chegada de policiais a sua casa, na capital peruana, para prendê-lo por um caso de corrupção ligado à empreiteira brasileira Odebrecht.
A Justiça do Peru havia determinado a prisão de dez dias do ex-presidente pela acusação de receber dinheiro ilegal da Odebrecht em uma campanha eleitoral em 2006, de acordo com o site do jornal peruano “El Comercio”.
Leia mais:Segundo a publicação, às 6h25 de Lima (8h25 em Brasília), os agentes chegaram à casa de García com um mandado de busca e apreensão. Pouco depois, uma equipe de escolta pediu ao ex-presidente que descesse, porque também havia um pedido de detenção. Eles relataram que García se comunicou com seus advogados. Em seguida, ouviu-se um disparo.
O ex-presidente foi levado ao hospital Casimiro Ulloa, também em Lima, e chegou a ficar algum tempo em coma. Foi submetido a uma cirurgia, mas acabou morrendo. A Odebrecht é investigada no Peru por ter pago propina para ganhar contratos de obras de infraestrutura. Os casos de suborno da Odebrecht no país já levaram à prisão o ex-presidente Pedro Pablo Kuczynski e a líder da oposição, Keiko Fujimori.
Kuczynski, que também está hospitalizado e nega envolvimento com qualquer irregularidade, foi detido na quarta-feira (10), após a emissão de uma ordem de prisão preliminar por suspeita de envolvimento com esquema de lavagem de dinheiro.
Os ex-presidentes Ollanta Humala e Alejandro Toledo também tiveram a imagem abalada por envolvimento com irregularidades relacionadas à construtora brasileira. Em fevereiro, a Odebrecht fechou acordo de colaboração com o governo do Peru. A companhia já fez acertos similares com outros sete países: Brasil, Estados Unidos, Suíça, República Dominicana, Panamá, Equador e Guatemala. (G1)