Nesta quarta-feira (8), foi iniciado o 1º Encontro da Mulher Indígena de Parauapebas, traduzido para a língua Xikrin como Menire Bê Ngôkre Bikprõn, no Centro Cultural do município, Bairro Alvorá. O evento tem como objetivo oferecer cursos de capacitação para as aldeãs de diferentes etnias localizadas na zona rural do município, e será realizado ao longo do mês de setembro.
Feito em parceria pelo Museu de Parauapebas e secretarias da Mulher e de Cultura, foi explicado que a demanda por cursos como corte e costura e capacitação para uso de máquinas de costurar partiu das mulheres indígenas, que contataram a administração pública. Em consonância com o evento, o Museu também expõe artes da etnia Xikrin no Centro Cultural de Parauapebas.
Ysa Motta, socióloga, explicou que a cacica Kôkôti, primeira mulher empossada como líder da etnia Xikrin, manifestou o interesse nos cursos e que, a partir daí, elaborou-se a forma de trazer estes cursos às indígenas, uma vez que por conta da crise da covid-19 a Fundação Nacional do Índigena (Funai) não permite, no momento, a entrada em aldeias por parte de não-membros da comunidade.
Leia mais:“Foram convidadas 14 mulheres indígenas, representando cada uma das 14 aldeias, além da nossa intérprete, Maria Xikrin. É esperado que além delas também venham mais mulheres, como parentes e filhas dessas representantes. Cada uma foi indicada pelo líder da aldeia, farão as oficinas de corte e costura e grafismo, que foram demandas delas, e há esse intuito de levarem a capacitação aqui recebida para dentro das aldeias”, explicou Ysa.
Durante a abertura do evento, a representante da aldeia Pratinha Puru, Koupajo, manifestou sua alegria em reunir não apenas diferentes mulheres indígenas por um bem maior, mas também a conexão com as mulheres brancas (não-indígenas), e declarou estar ansiosa para saber como será o evento.
A antropóloga Rianne Araújo, representante da Cultura, falou sobre as exposições de grafismo Xikrin expostas no Centro Cultural. “Trouxemos um pouco dessa cultura história da mulher Xikrin em alusão ao Dia Internacional da Mulher Indígena [5 de Setembro]. Quisemos trazer quem são estas mulheres e seu conhecimento através dessa ancestralidade”, relatou Rianne, também citando que obras pintadas pelas mulheres Xikrin serão coletadas para o Museu. (Juliano Corrêa)