Correio de Carajás

EUA pedem que Zelensky ‘baixe tom’; Ucrânia se diz aberta

Em entrevista, o principal conselheiro de segurança de Donald Trump afirmou que as críticas da Ucrânia aos Estados Unidos são "inaceitáveis". Presidente ucraniano se encontrou com enviado especial de Washington nesta quinta (20).

O enviado especial dos EUA para a Ucrânia e a Rússia, Keith Kellogg, aperta a mão do presidente ucraniano Volodymyr Zelenskiy — Foto: REUTERS/Thomas Peter

As críticas da Ucrânia aos Estados Unidos são “inaceitáveis”, afirmou, nesta quinta-feira (20), o principal conselheiro de segurança de Donald Trump.

Em uma entrevista à emissora de TV americana Fox News, Mike Waltz aconselhou Kiev a “baixar o tom” e assinar rapidamente o acordo proposto pela Casa Branca sobre minerais raros, que descreveu como “a melhor garantia de segurança que eles poderiam almejar”.

A proposta de acordo citada por Waltz daria aos Estados Unidos acesso a grandes quantidades de recursos naturais ucranianos como contrapartida pela ajuda americana enviada a Kiev para combater a Rússia. O conselheiro de Trump argumentou que a assinatura do tratado levaria os Estados Unidos a investiriam no país.

Zelensky rejeitou esse acordo no fim de semana, argumentando que ele não oferece garantias de segurança para seu país, três anos após o início do conflito.

Nesta quinta, depois de se encontrar com Keith Kellogg, enviado de Donald Trump para o conflito na Ucrânia, em Kiev, Zelensky disse estar aberto à ideia e afirmou que a reunião entre eles foi produtiva.

“A Ucrânia está pronta para um acordo forte e eficaz de investimento e segurança com o Presidente dos Estados Unidos. Propusemos a maneira mais rápida e construtiva de alcançar resultados. Nossa equipe está pronta para trabalhar 24 horas por dia, 7 dias por semana”, escreveu ele no X.

 

Ao se encontrarem, segundo a agência de notícias Reuters, Zelensky e Kellogg apertaram as mãos e deram tapinhas nas costas um do outro. Zelenskiy sorriu e disse: “É bom ver você. Como vai? Obrigado por vir”.

Recusa inicial de Zelensky gerou declarações polêmicas

 

Após o presidente ucraniano dizer, em coletiva de imprensa nesta quarta-feira (19) que não pode “vender a Ucrânia” e que o presidente americano vive em uma bolha de “desinformação” russa, Trump o chamou de “ditador” e fez ameaças.

Na entrevista desta quinta, Waltz comentou a reação do republicano:

“Obviamente, há muita frustração”.

 

O conselheiro também negou que a Ucrânia tenha sido excluída das negociações de Trump com a Rússia sobre o fim da guerra e insistiu que há “muito compromisso e diálogo” com Kiev e com os aliados europeus.

Quando perguntado se acreditava que a disputa era “reconciliável”, Waltz respondeu:

“Acho que sim. (…) Dizer que vamos mudar a natureza da nossa ajuda no futuro não acho que deva ofender ninguém. Este é um plano de bom senso. Pode ser que eles não gostem, mas vamos impulsioná-lo e todo mundo vai parar de reclamar quando os combates terminarem. Vamos avançar a toda velocidade para pôr fim a essa guerra e então poderemos falar sobre relações geoestratégicas mais amplas”.

(Fonte:G1)